Leixões quer alargar `hinterland` a Espanha e ser "porto de preferência" da região de Castela e Leão

por © 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Porto, 11 Abr (Lusa) - O Porto de Leixões quer alargar a sua `hinterland` (influência) a Espanha, nomeadamente a Castela e Leão, pretendendo assumir-se como o "porto de preferência" dos agentes de mercado espanhóis, anunciou hoje o presidente.

Falando na sessão de encerramento do II Encontro Empresarial Luso-Espanhol de Logística, o presidente da Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL) justificou assim o protocolo de colaboração hoje assinado com a empresa gestora de actividades logísticas de Salamanca Zaldesa.

"Sois, inequivocamente, o mais natural território da sustentação de alargamento do nosso `hinterland`. Em conjunto com Aveiro, queremos ser os portos na vossa preferência. E sabemos que já não há portos naturais", afirmou Matos Fernandes a uma plateia de vários empresários espanhóis do sector.

Nos termos do protocolo hoje assinado, Leixões compromete-se a ceder uma área na sua futura plataforma logística para "uso exclusivo" da Zaldesa e aprovar um regime de taxas portuárias bonificadas para os navios e carga com origem e destino em Vega de Terrón.

Em contrapartida, a Zaldesa abrirá o seu capital à participação do Porto de Leixões, numa percentagem ainda por definir, segundo Matos Fernandes, mas que "será sempre minoritária".

No seu discurso, o presidente da APDL apontou como "primeira prioridade" para o próximo mandato concluir os investimentos infra-estruturais do plano estratégico do Porto de Leixões.

Neste âmbito, adiantou que em Maio será lançado o concurso para o acesso rodoviário ao primeiro dos dois pólos da Plataforma Logística Portuária de Leixões, num processo que garantiu ser "irreversível e a concluir até ao final do ano 2010".

Também em Maio, a APDL pretende entregar na Comissão de Coordenação da Região Norte (CCDRN) o estudo de impacte ambiental das obras marítimas do futuro Terminal de Cruzeiros, cujo concurso para a obra deverá ser lançado ainda em 2008.

Já em apreciação está o estudo prévio da expansão do Terminal de Contentores Sul e do Terminal Ferro-Marítimo, enquanto o Terminal Multiusos ficará concluído este ano.

Como "segunda prioridade", Matos Fernandes referiu a intenção da APDL de "inovar em termos de modelo de negócio" na exploração das três grandes novas infra-estruturas a construir durante este mandato: a Plataforma Logística e os Terminais Multiusos e de Cruzeiros.

"Leixões lançará três apelos ao mercado nos tempos próximos e não é para empreitadas", antecipou, alertando "os agentes de mercado, a todas as escalas geográficas, mas particularmente ibéricas, para o desafio público que lhes vai ser lançado na constituição de parcerias para a exploração destes novos investimentos".

O objectivo de Leixões ao "abrir ao mercado" as infra-estruturas que promove é, salientou, aumentar a "posição concorrencial" do porto na Península Ibérica.

Também presente na sessão de encerramento do congresso, a secretária de Estado dos Transportes destacou a importância de os empresários portugueses, nomeadamente da região Norte e Centro, e os empresários espanhóis da região de Castela e Leão estarem "disponíveis para pensar em conjunto fazer negócios que potenciem ambos os lados".

"É extremamente importante que, pela primeira vez, tenhamos manifestações fortes de vontade de trabalhar em conjunto e desenvolver novos negócios", afirmou Ana Paula Vitorino, convicta de que a frente portuária de Figueira da Foz, Aveiro, Leixões e Viana do Castelo" poderá assumir-se como "os portos e Castela e Leão".

PD.

Lusa/Fim


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