Lisboa com capacidade para receber mais 50 milhões de passageiros por ano

por Cristina Sambado - RTP
Com o projeto de expansão do Aeroporto Humberto Delgado, Lisboa passa a poder receber aeronaves como o A380 e o B747, os dois maiores aviões de passageiros do mundo Rafael Marchante - Reuters

Com a construção do aeroporto do Montijo, Lisboa vai duplicar a capacidade para receber passageiros. Vai ser possível receber mais 50 milhões de passageiros por ano. O Aeroporto Humberto Delgado, na Portela, passa a poder receber as maiores aeronaves do mundo.

No aeroporto complementar do Montijo vão poder circular 24 ligações aéreas por hora. Em Lisboa, no Aeroporto Humberto Delgado, a pista secundária vai ser encerrada, mas a infraestrutura cresce mais de 32 por cento em área.

Segundo o calendário de memorando de entendimento, o acordo a assinar esta terça-feira entre a ANA – Aeroportos de Portugal e o Estado estava previsto para outubro.

Na Base n.º 6 do Montijo, que em 2022 deverá estra pronta para o uso civil, estão sediados a frota de aviões de transporte C130 Hercules, a frota de C295 M com as missões transporte, vigilância marítima de busca e salvamento, os Falcon 50 e os helicópteros Merlin EH 101, de busca e salvamento, e o apoio aos helicópteros Lynx, da Marinha.

Segundo uma estimativa avançada pelo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, no passado dia 30 de novembro, a deslocalização das aeronaves da Força Aérea que estão na base do Montijo custará perto de 200 milhões de euros e demorará pelo menos dois a três anos.

A operação militar e civil na base da FAP é compatível, defendeu o ministro, referindo que as futuras aeronaves da FAP, KC-390, irão operar a partir do Montijo. Parte do AT1, aeródromo militar em Figo Maduro, na Portela, será transferido também para o Montijo, segundo o plano do Governo.

Os aviões C-295 e os C-130 serão deslocalizados para outras bases, Sintra e Beja.
Os maiores aviões do mundo na Portela
Com o projeto de expansão do Aeroporto Humberto Delgado, Lisboa passa a poder receber aeronaves como o A380 e o B747, os dois maiores aviões de passageiros do mundo.

Segundo o Negócios, o projeto do aeroporto da Portela inclui a ampliação da sua área em 115.500 metros quadrados (mais 32 por cento) para um total superior a 476 metros quadrados.

O projeto prevê ainda a criação de mais 40 balcões de chek-in, que passam a ser 151 numa área com mais 476 mil metros quadrados. Está também previsto o investimento na capacidade de processamento de raio-x, que permitirá atingir os 240 passageiros por hora, o equivalente a um aumento de 71 por cento face aos números atuais. Já o sistema de bagagens passará a ocupar 5.800 metros quadrados.

A intervenção prevê ainda a criação de mais 22 posições de estacionamento de aeronaves, o que significa um acréscimo de 31 por cento. Já as posições de contacto sem embarque/desembarque em autocarro passa das atuais 25 para 48.

A construção de novas saídas rápidas e a reabilitação e prolongamento de taxiways estão também previstos.
Pista do Montijo vai ter 2.400 metros
O aeroporto complementar do Montijo, previsto para entrar em funcionamento em 2022, vai ter uma pista de 2.400 metros e 36 posições de estacionamento de aeronaves.

Ainda segundo o Negócios, a nova infraestrutura estará vocacionada para ligações ponto a ponto (voos sem correspondências), mas poderão operar aeronaves de voos de curso longo e médio, como por exemplo o A330.

O edifício central vai ocupar uma área de 101.200 metros quadrados. A área de check-in vai dispor de 10 balcões, a que se somam 20 baggage drop.

O aeroporto do Montijo vai contar com 11 equipamentos de raio-x e uma área de controlo de passageiros com 14 balcões e outros 16 postos automáticos. Estão previstos ainda seis tapetes de recolha de bagagem.

Estão ainda previstas várias ligações para o novo aeroporto. Entre as quais uma nova ligação à Ponte Vasco da Gama, com três quilómetros, e o reforço das ligações fluviais entre o Cais do Sodré e o cais do Seixalinho no Montijo.
pub