Lucro EDP sobe 11% para 318 ME com bons resultados Espanha e Brasil
Os lucros da EDP-Energias de Portugal aumentaram 11 por cento no primeiro semestre deste ano, para 318 milhões de euros, impulsionados pelos bons resultados em Espanha e no Brasil, anunciou hoje o presidente executivo João Talone.
"O aumento do lucro deve-se aos investimentos feitos o ano passado na produção, nomeadamente, através da aquisição de 60 por cento da Hidrocantábrico", referiu o presidente executivo na conferência de imprensa para apresentação de resultados.
Para os bons resultados semestrais, João Talone destacou a importante contribuição dos negócios no exterior, sublinhando que a EDP é actualmente "a única empresa portuguesa com uma posição de controlo e significativa em Portugal e Espanha que são os dois mercados estratégicos da internacionalização da economia portuguesa".
O volume de negócios da EDP subiu 32,3 por cento para 4,884 milhões de euros, resultado para o qual contribuíram em 39 por cento os negócios fora de Portugal.
Em relação aos lucros, que subiram de 288 milhões de euros no primeiro semestre de 2004 para 318 milhões de euros este semestre, a contribuição dos negócios fora de Portugal foi de 50 por cento.
"Estes números mostram que foi acertada a estratégia de acelerar a expansão para Espanha e a consolidação dos negócios do Brasil", disse João Talone, reafirmado que "grande parte dos resultados se devem a uma melhoria no exterior".
O EBITDA (resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) subiu 9,1 por cento para 1.010 milhões de euros devido à consolidação total da HC Energia, ao bom desempenho operacional que permitiu um aumento da margem bruta de 150 milhões de euros, mas também à redução dos custos em fornecimentos e serviços externos e outros custos.
O EBIT aumentou 5 por cento para 607 milhões de euros.
A EDP beneficiou de um aumento sólido da procura de electricidade em todos os mercados onde opera que se traduziu num crescimento de 6,4 por cento em Portugal para 21,8 terawatts/hora, (TWh), de 7 por cento em Espanha, para 125 TWh e de 3,4 por cento no Brasil para 11,5 TWh.
Beneficiou ainda dos elevados preços da pool em Espanha que favoreceram as margens da HC Energias, que contribuiu com 209 milhões de euros para a margem bruta e permitiu compensar os custos com a distribuição regulada em Portugal.
O aumento da potência instalada nas eólicas a nível ibérico permitiu também uma importante contribuição de 32 milhões de euros na margem bruta e a actividade no Brasil contribuiu com 274 milhões de euros.
João Talone anunciou ainda que espera encaixar até ao final do ano mais de 500 milhões de euros com a venda de activos não relacionados com o seu negócio principal.
Para esse valor contribuirá uma venda a curto prazo de activos "não-core" (que não são os principais), os quais não foram especificados, e que deverão permitir um encaixe de 100 milhões de euros.
A venda da Comunitel à Tele 2 por 257 milhões de euros será consolidada apenas nos resultados do segundo semestre.