Lucros da Corticeira Amorim caíram 4,5% para 45,7 ME até setembro

A Corticeira Amorim registou, nos primeiros nove meses do ano, um resultado líquido de 45,7 milhões de euros, uma redução de 4,5% em termos homólogos, anunciou, em comunicado publicado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Lusa /

Até setembro, as vendas consolidadas do grupo cifraram-se em 676,5 milhões de euros, uma queda de 6,8% face ao período homólogo de 2024.

Segundo a empresa, "este registo foi afetado pela venda da participação na Timberman Denmark em dezembro de 2024 -- excluindo este efeito, as vendas teriam caído 3,6%".

De acordo com o comunicado, todas as unidades de negócio "registaram uma redução das vendas, negativamente impactadas pelo contexto adverso do mercado, que condicionou a evolução dos volumes e do `mix` do produto".

A Amorim Cork Solutions foi "particularmente afetada pela redução da atividade no segmento de pavimentos e pela alteração do perímetro de consolidação -- excluindo este impacto, a redução das vendas teria sido de 11,2%", realçou.

Já o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) consolidado foi de 117,6 milhões de euros, uma queda de 7,9% "pressionado por um `mix` de produto mais desfavorável e pelo efeito da desalavancagem operacional".

Paralelamente, "os menores custos e a melhor qualidade da matéria-prima cortiça trabalhada, as eficiências industriais e os benefícios decorrentes da reorganização da Amorim Cork Solutions, possibilitaram compensar aqueles efeitos", destacou.

No final de setembro, a dívida remunerada líquida do grupo ascendia a 99,2 milhões de euros.

"Apesar do pagamento de dividendos (42,6 milhões de euros) e do investimento em ativo fixo (24,6 milhões de euros), a forte geração de fluxos de caixa (153,5 milhões de euros) suportou a redução da dívida líquida em 96,5 milhões de euros face ao final de dezembro de 2024 (195,7 milhões de euros)", indicou.

A empresa revelou ainda que no dia 19 de outubro, houve um incêndio nas instalações da Amorim Florestal em San Vicente de Alcántara, em Espanha, que "resultou em danos patrimoniais (incluindo edifícios, equipamentos e matérias-primas) e prejuízos decorrentes de lucros cessantes estimados em aproximadamente 7 milhões de euros".

Segundo António Rios de Amorim, presidente do grupo, citado no comunicado, "o ano de 2025 revelou-se mais desafiante do que inicialmente previsto, com tensões geopolíticas e alterações no comércio internacional a impactarem negativamente o mercado, num cenário de transformação dos hábitos de consumo de álcool que impõe pressões acrescidas ao setor vitivinícola".

Assim, explicou, "a atividade da Corticeira Amorim nestes nove meses foi, naturalmente, condicionada por este contexto de elevada incerteza e reduzida previsibilidade, com impacto nos níveis de consumo".

"Acreditamos que os momentos de adversidade representam oportunidades para fortalecer o nosso modelo de negócio e garantir bases sólidas para um crescimento sustentável da Corticeira Amorim no futuro", destacou.

Tópicos
PUB