Lucros do BCP aumentam 8,7% para 775,9 milhões de euros até setembro
O banco BCP teve lucros de 775,9 milhões de euros entre janeiro e setembro, mais 8,7% face aos primeiros nove meses de 2024, divulgou esta quarta-feira em conferência de imprensa.
A margem financeira (diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos) subiu 2,6% para 2.166,6 milhões de euros e as comissões (líquidas) cresceram 4% para 628,8 milhões de euros.
Quanto a custos, os custos operacionais subiram 9,2% para 1.032,5 milhões de euros, sendo que os custos com pessoal aumentaram 10,1% para 575,3 milhões de euros. Segundo o banco, houve um impacto 3,2 milhões de euros em saídas de empregados, nomeadamente reformas antecipadas e indemnizações.
O BCP terminou setembro com 6.224 trabalhadores, menos 51 do que em setembro de 2024. As agências eram 394, menos três.
Para o resultado líquido contribuiu também a redução de imparidades e provisões. A constituição de imparidades de crédito (líquida de recuperações) foi de 141 milhões de euros, menos 15,7%, o que o banco atribui à melhoria nas operações internacionais.
Apenas na atividade em Portugal, houve um aumento das imparidades de crédito face ao período homólogo (5,7% para 103,9 milhões de euros) o que o BCP justifica também pela reversão de imparidades do segundo trimestre de 2024.
As outras imparidades e provisões diminuíram 3,4% para 444,2 milhões de euros, atribuídas à melhoria da atividade em Portugal parcialmente absorvidas pelas imparidades na atividade em Moçambique devido ao maior risco da dívida soberana do país.
Olhando para o balanço, o crédito a clientes consolidado subiu 4,9% para 61.496 milhões de euros.
Em Portugal, a carteira de crédito aumentou 7,2% para 42.579 milhões de euros. O crédito à habitação em Portugal subiu 9,7% para 20,9 mil milhões de euros.
Os depósitos e outros recursos de clientes, na atividade consolidada, cresceram 7,4% para 88.355 milhões de euros.
Por geografias, apenas na operação em Portugal, os lucros do BCP aumentaram 8% para 654,5 milhões de euros.
Nas operações internacionais, o aumento dos lucros de 19,8% para 230,71 milhões de euros deveu-se à operação da Polónia, com o Bank Millennium a ter 202 milhões de euros.
O atual presidente executivo do BCP, Miguel Maya, está em final de mandato, que termina no fim do ano.
Hoje, na conferência de imprensa, foi questionado sobre se estará disponível para continuar, tendo dito que gosta "mesmo muito de trabalhar", admitindo a continuação.
"Gosto muito do que faço, o importante é os acionistas sentirem que sou a pessoa indicada para criar valor", disse.
O BCP tem como principal acionista o grupo chinês Fosun, com uma participação de 20,3%. O segundo maior acionista é a petrolífera angolana Sonangol, que em junho passado tinha 19,49% do banco.