Macau pode ser plataforma regional para empresas brasileiras na China

O presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM) de Macau, Lee Peng Hong, defendeu segunda-feira que esta Região Especial Administrativa pode ser um "plataforma regional" para empresas brasileiras interessadas em actuar na China.

Agência LUSA /

Lee Peng Hong, que falava durante um almoço com empresários brasileiros e portugueses, em São Paulo, salientou que o acordo de livre comércio entre Macau e a China permite que 500 categorias de produtos estejam isentas de impostos ao entrar no continente.

O presidente do IPIM realçou que a cooperação da região do Delta do Rio das Pérolas, Hong Kong e Macau tem contribuído para "uma acelerada integração da economia de Macau no continente chinês, reforçando a sua posição como plataforma regional de serviços comerciais".

Lee Peng Hong disse que Macau possui "várias características" que podem beneficiar as empresas brasileiras, especialmente as pequenas e médias, que pretendem entrar no mercado do Sul da China.

Entre estas características apontou o estatuto de zona aduaneira independente e de porto franco, os custos operacionais compatíveis e as taxas de impostos mais baixos e simples da região.

"Existem também em Macau muitos empresários e profissionais bilingues, com bom domínio de chinês e de português, que possuem conhecimento aprofundado das situações sociais e dos mercados, bem como uma rede de contactos preciosos na China e nos países de língua portuguesa", salientou.

Lee Peng Hong convidou os empresários a participarem da 10/a Feira Internacional de Macau, que decorrerá entre os dias 20 a 23 de Outubro.

Realçou que para a edição deste ano está previsto um Pavilhão de Exposição para Países de Língua Portuguesa, organizado com a colaboração do Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

O responsável afirmou que, desde a criação da Região Administrativa Especial de Macau, em Dezembro de 1999, Macau "tem desenvolvido e concretizado suas próprias potencialidades".

"A economia desta região tem vindo a testemunhar um desenvolvimento estável ao longo de cinco anos consecutivos, atingindo uma taxa de crescimento de 28 por cento do PIB em 2004, sendo o seu valor de 8,5 por cento no primeiro trimestre de 2005", disse.

O presidente do IPIM disse ainda que em 2004 o número de visitantes em Macau ascendeu a 16 milhões de pessoas.

Participaram no almoço a delegação liderada pelo Chefe do Executivo de Macau, Edmund Ho, em visita oficial ao Brasil, e cerca de 60 empresários brasileiros e portugueses.

O evento foi a primeira etapa de uma viagem de seis dias de Edmund Ho ao Brasil, que incluiu Brasília, Manaus e Rio de Janeiro.

Em Brasília, além de um encontro com o presidente Lula da Silva, quarta-feira, Edmund Ho vai encontrar-se com o ministro Interino das Relações Exteriores, Ruy Nogueira, e com o presidente do Senado, Renan Calheiros.

O Chefe do Executivo de Macau visitará, igualmente em Brasília, a Agência de Promoção de Exportação (APEX), órgão do Governo brasileiro responsável pela promoção dos produtos brasileiros no estrangeiro.

No Norte do Brasil, a delegação de Macau vai conhecer a Zona Franca de Manaus, uma área de livre comércio de importações e exportações, que conta com incentivos fiscais especiais.

No Rio de Janeiro, etapa final da digressão ao Brasil, Edmund Ho encontra-se sábado com o vice-governador do Estado, Luiz Paulo Conde.

O regresso a Macau está previsto para dia 27 de Junho.


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