Maior ponte-cais do mundo concluída em ilha de Maputo até março

A construção da ponte-cais da Ilha de Inhaca, Maputo, considerada a maior do género no mundo, com quase um quilómetro de extensão, vai estar concluída até março.

Lusa /

De acordo com informação da Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), concessionária do porto da capital e principal financiador da empreitada, os trabalhos, lançados há precisamente um ano, encontram-se a 26%, "tendo já sido concluída a produção dos pré-fabricados da ponte e do muro de contenção".

Neste momento decorre "o processo de cravação de estacas para a estrutura de suporte da ponte", estando a conclusão da empreitada, a cargo da empresa estatal chinesa China Road and Bridge Corporation, "prevista para o primeiro trimestre de 2026", acrescenta.

Situada à entrada da baía de Maputo, sul de Moçambique, Inhaca é um dos principais pontos turísticos da província, mas a ligação entre a ilha e a cidade é ainda deficitária, devido à reduzida oferta de transporte marítimo e condições de atração. É também um importante centro de investigação na área da biodiversidade.

Em 01 de novembro, aquando do lançamento da obra, o então Presidente da República cessante, Filipe Nyusi, afirmou em Inhaca que a construção da ponte-cais está avaliada em 13,5 milhões de dólares (11,6 milhões de euros) e deverá incrementar o turismo, trocas comerciais e pesquisas, sublinhando que será a "maior ponte cais do mundo", pela sua extensão.

Segundo a MPDC, esta representa "um salto qualitativo em relação à antiga infraestrutura, que contava com apenas 120 metros de extensão", e que estava "em estado avançado de degradação", tendo sido interdita em 2013.

"Ao contrário da anterior, exclusivamente pedonal, a nova ponte, com 936 metros de comprimento, terá capacidade para receber veículos e peões, respondendo assim às atuais necessidades de mobilidade e logística da ilha. A estrutura foi projetada para uma vida útil de 50 anos", recorda.

Na ilha de Inhaca (ou KaNyaka), a alguns minutos da capital, residem mais de seis mil pessoas, administrativamente integradas na cidade de Maputo.

Segundo dados anteriores do Governo, o objetivo é ter uma estrutura que permita também acomodar passageiros e um veículo de emergência de até cinco toneladas, em qualquer tipo de maré, situação que não se verifica atualmente.

Além da empresa estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique e do Fundo de Transportes e Comunicações, grande parte do financiamento para esta empreitada é garantida pela MPDC, no âmbito do prolongamento do contrato de concessão do porto da capital até 2058.

Trata-se de um pacote de 15 milhões de dólares (12,8 milhões de euros), fora do investimento de quase dois mil milhões de euros para a expansão do porto no âmbito da concessão, destinado a seis projetos sociais a suportar pela MPDC, incluindo esta ponte-cais.

"A ponte da Inhaca é um símbolo da forma como o Porto de Maputo está a devolver valor às comunidades. Este é um investimento que não se mede apenas em metros ou em betão, mas sobretudo em dignidade, inclusão e oportunidades para os habitantes da ilha", disse o diretor-executivo da MPDC, Osório Lucas, após visitar a obra, na segunda-feira, em conjunto com o ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe.

"É gratificante constatar que esta obra está a avançar com qualidade, dentro dos prazos e com recurso a mão de obra de moçambicanos. A construção da ponte empregou, até ao momento, 77 trabalhadores nacionais na fase de pré-fabricação dos componentes na Katembe, e tem neste momento 44 nacionais na Inhaca, sendo que destes 18 são locais", explicou o ministro, citado na informação da MPDC sobre a visita.

Matlombe garantiu igualmente tratar-se de um investimento fundamental, com impacto social e económico na ilha, devendo traduzir-se em "benefícios concretos e sustentáveis para a população local e para a promoção do turismo" local.

Tópicos
PUB