Economia
Maioria em seis países europeus acredita que pensões do Estado se tornarão insustentáveis
Um inquérito realizado em seis países europeus pela YouGov constata que muitos consideram os pagamentos de pensões demasiado baixos e opõem-se a medidas como o aumento da idade da reforma ou cortes.
A maioria dos europeus inquiridos num estudo da YouGov acredita que o sistema de pensões estatais dos seus países se tornará em breve insustentável – mas também considera o sistema actual insuficiente e não apoia opções para o reformular como o aumento da idade da reforma. Os dados foram conhecidos esta segunda-feira.
Com o envelhecimento da população e a queda das taxas de natalidade, os sistemas de pensões estatais europeus, do tipo "repartição simples", pilares do Estado de bem-estar social que sempre dependeram das contribuições dos trabalhadores para o pagamento das pensões dos reformados, estão sob crescente pressão.
Com as tentativas de os reformar a encontrarem fortes resistências, por vezes violentas, em países como França, Alemanha, Espanha e Itália, um inquérito da YouGov realizado em seis países europeus e nos Estados Unidos revela a dimensão do problema de opinião pública enfrentado pelos governos.A YouGov é uma empresa internacional de pesquisa de mercado na internet, fundada e sediada no Reino Unido, com operações em vários países do mundo.
Muitos dos inquiridos reconhecem que os sistemas de pensões estatais estão em crise: a maioria, entre 61 por cento e 52 por cento, em Itália, França, Alemanha e Espanha, afirmou que já era insustentável, tal como 45 por cento dos inquiridos na Polónia. No Reino Unido, o índice foi de 32 por cento. O inquérito não foi realizado em Portugal.
Olhando para o futuro, as pessoas revelaram-se ainda mais pessimistas: a maioria ou quase a maioria (49 por cento a 66 por cento) nos seis países europeus acreditam que, quando as pessoas actualmente na casa dos 30 e 40 anos se reformarem, o sistema dos seus países será insustentável.
No entanto, os pensionistas mostraram-se mais optimistas quanto à capacidade dos seus países para financiar o sistema de pensões estatal. Segundo o jornal britânico The Guardian, os pensionistas no Reino Unido mostraram-se particularmente optimistas, com 62 por cento a afirmarem acreditar que a pensão estatal britânica é sustentável, contra apenas 27 por cento dos que não se reformaram.
Contudo, embora reconhecessem o custo insustentável, a maioria, entre 53 por cento e 83 por cento nos seis países europeus, considerou o valor recebido pelos reformados muito baixo, sendo esse sentimento ainda mais forte (72 por cento a 88 por cento) entre aqueles que efectivamente recebem a pensão: os pensionistas.
A maioria dos pensionistas europeus depende da pensão estatal para o seu rendimento na reforma e, nos seis países inquiridos, a maioria dos que ainda trabalham – variando entre 57 por cento na Alemanha e no Reino Unido e 72 por cento em Itália – não tinha confiança de que teria uma reforma confortável.
Além disso, quando questionados sobre que medidas apoiariam para tornar os regimes de pensões estatais mais acessíveis, verificou-se uma notável relutância, nos seis países inquiridos, em aceitar algumas das reformas que muitos governos procuram implementar.
O inquérito revelou uma oposição líquida, nos seis países inquiridos, às ideias de aumentar a idade da reforma; aumentar os impostos sobre as pessoas em idade ativa; obrigar os filhos em idade ativa a sustentar os pais reformados; e reduzir o valor da pensão estatal.
A resistência ao aumento da idade da reforma foi forte, com maiorias ou quase maiorias, variando entre 47 por cento em França e 65 por cento na Alemanha, declarando-se contrárias a fazer com que as pessoas esperem mais tempo para receber a reforma estatal do que a idade actual.Proporções que variam entre os 20 por cento no Reino Unido e os 38 por cento na Polónia consideram que a idade da reforma estatal deveria ser os 60 anos, enquanto 22 por cento (Itália) a 45 por cento (Reino Unido) defendem os 65 anos. Uma pluralidade (22 por cento) em França defendeu os 62 anos – a idade actual, após a suspensão de um aumento planeado para os 64 anos.
A oposição à redução do valor recebido pelos pensionistas foi ainda mais expressiva, variando entre os 81 por cento na Alemanha e os 61 por cento em Itália. Mas houve algum apoio à obrigatoriedade legal de as pessoas em idade ativa contribuírem para algum tipo de previdência privada ou oferecida pelo empregador.
Esta sugestão foi mais popular no Reino Unido (57 por cento), onde as leis recentes introduziram um sistema automático de contribuições para os planos de pensões oferecidos pelo empregador, mas também encontrou um apoio significativo na Alemanha (49 por cento) e em França (41 por cento).
A ideia de que o Estado deveria oferecer apoio aos trabalhadores mais velhos para que estes permanecessem nos seus empregos durante mais tempo, em vez de se reformarem, também se revelou bastante popular, com apoios que variam entre os 57 por cento na Polónia, passando pelos 42 por cento na Alemanha e em França, até um mínimo de 27 por cento em Itália.
Os italianos também se destacaram em relação a medidas que aumentam a carga fiscal sobre os mais ricos: 66 por cento apoiaram impostos mais elevados para os reformados mais ricos, de forma a financiar melhores pensões para os mais pobres, e 52 por cento mostraram-se favoráveis à negação da reforma estatal aos reformados com rendimentos elevados.Nos seis países, uma maior fatia da população (de 28 por cento a 55 por cento) considerou que os pensionistas com rendimentos de pensões acima da média deveriam assumir uma maior responsabilidade pelo financiamento de pensões estatais mais generosas para os pensionistas de baixos rendimentos, em vez das gerações mais jovens (de 15 por cento a 31 por cento).
Em geral, os reformados e as pessoas em idade activa responderam de acordo com os seus interesses: os reformados tenderam a opor-se à redução dos pagamentos das pensões, enquanto as pessoas em idade activa, na sua maioria, rejeitaram o aumento da idade de reforma ou dos impostos para a sua faixa etária.
Com o envelhecimento da população e a queda das taxas de natalidade, os sistemas de pensões estatais europeus, do tipo "repartição simples", pilares do Estado de bem-estar social que sempre dependeram das contribuições dos trabalhadores para o pagamento das pensões dos reformados, estão sob crescente pressão.
Com as tentativas de os reformar a encontrarem fortes resistências, por vezes violentas, em países como França, Alemanha, Espanha e Itália, um inquérito da YouGov realizado em seis países europeus e nos Estados Unidos revela a dimensão do problema de opinião pública enfrentado pelos governos.A YouGov é uma empresa internacional de pesquisa de mercado na internet, fundada e sediada no Reino Unido, com operações em vários países do mundo.
Muitos dos inquiridos reconhecem que os sistemas de pensões estatais estão em crise: a maioria, entre 61 por cento e 52 por cento, em Itália, França, Alemanha e Espanha, afirmou que já era insustentável, tal como 45 por cento dos inquiridos na Polónia. No Reino Unido, o índice foi de 32 por cento. O inquérito não foi realizado em Portugal.
Olhando para o futuro, as pessoas revelaram-se ainda mais pessimistas: a maioria ou quase a maioria (49 por cento a 66 por cento) nos seis países europeus acreditam que, quando as pessoas actualmente na casa dos 30 e 40 anos se reformarem, o sistema dos seus países será insustentável.
No entanto, os pensionistas mostraram-se mais optimistas quanto à capacidade dos seus países para financiar o sistema de pensões estatal. Segundo o jornal britânico The Guardian
Contudo, embora reconhecessem o custo insustentável, a maioria, entre 53 por cento e 83 por cento nos seis países europeus, considerou o valor recebido pelos reformados muito baixo, sendo esse sentimento ainda mais forte (72 por cento a 88 por cento) entre aqueles que efectivamente recebem a pensão: os pensionistas.
A maioria dos pensionistas europeus depende da pensão estatal para o seu rendimento na reforma e, nos seis países inquiridos, a maioria dos que ainda trabalham – variando entre 57 por cento na Alemanha e no Reino Unido e 72 por cento em Itália – não tinha confiança de que teria uma reforma confortável.
Além disso, quando questionados sobre que medidas apoiariam para tornar os regimes de pensões estatais mais acessíveis, verificou-se uma notável relutância, nos seis países inquiridos, em aceitar algumas das reformas que muitos governos procuram implementar.
O inquérito revelou uma oposição líquida, nos seis países inquiridos, às ideias de aumentar a idade da reforma; aumentar os impostos sobre as pessoas em idade ativa; obrigar os filhos em idade ativa a sustentar os pais reformados; e reduzir o valor da pensão estatal.
A resistência ao aumento da idade da reforma foi forte, com maiorias ou quase maiorias, variando entre 47 por cento em França e 65 por cento na Alemanha, declarando-se contrárias a fazer com que as pessoas esperem mais tempo para receber a reforma estatal do que a idade actual.Proporções que variam entre os 20 por cento no Reino Unido e os 38 por cento na Polónia consideram que a idade da reforma estatal deveria ser os 60 anos, enquanto 22 por cento (Itália) a 45 por cento (Reino Unido) defendem os 65 anos. Uma pluralidade (22 por cento) em França defendeu os 62 anos – a idade actual, após a suspensão de um aumento planeado para os 64 anos.
A oposição à redução do valor recebido pelos pensionistas foi ainda mais expressiva, variando entre os 81 por cento na Alemanha e os 61 por cento em Itália. Mas houve algum apoio à obrigatoriedade legal de as pessoas em idade ativa contribuírem para algum tipo de previdência privada ou oferecida pelo empregador.
Esta sugestão foi mais popular no Reino Unido (57 por cento), onde as leis recentes introduziram um sistema automático de contribuições para os planos de pensões oferecidos pelo empregador, mas também encontrou um apoio significativo na Alemanha (49 por cento) e em França (41 por cento).
A ideia de que o Estado deveria oferecer apoio aos trabalhadores mais velhos para que estes permanecessem nos seus empregos durante mais tempo, em vez de se reformarem, também se revelou bastante popular, com apoios que variam entre os 57 por cento na Polónia, passando pelos 42 por cento na Alemanha e em França, até um mínimo de 27 por cento em Itália.
Os italianos também se destacaram em relação a medidas que aumentam a carga fiscal sobre os mais ricos: 66 por cento apoiaram impostos mais elevados para os reformados mais ricos, de forma a financiar melhores pensões para os mais pobres, e 52 por cento mostraram-se favoráveis à negação da reforma estatal aos reformados com rendimentos elevados.Nos seis países, uma maior fatia da população (de 28 por cento a 55 por cento) considerou que os pensionistas com rendimentos de pensões acima da média deveriam assumir uma maior responsabilidade pelo financiamento de pensões estatais mais generosas para os pensionistas de baixos rendimentos, em vez das gerações mais jovens (de 15 por cento a 31 por cento).
Em geral, os reformados e as pessoas em idade activa responderam de acordo com os seus interesses: os reformados tenderam a opor-se à redução dos pagamentos das pensões, enquanto as pessoas em idade activa, na sua maioria, rejeitaram o aumento da idade de reforma ou dos impostos para a sua faixa etária.