Mapfre cria holding internacional e aposta no Brasil e Peninsula Ibérica
A seguradora espanhola Mapfre pretende criar uma holding internacional de seguro directo e mantém as intenções de investimento na Península Ibérica, depois do fracasso da compra da seguradora do Banco Comercial Português, anunciou a empresa.
Nos principais objectivos da empresa, anunciados na assembleia geral realizada sábado e analisados hoje pela imprensa especializada, está a criação de uma nova holding, especialmente dirigida à Europa, a Mapfre Internacional, para agrupar as participações em seguro directo em países fora da Península Ibérica e da América.
Este projecto visa "a criação de uma rede europeia de seguros de empresas", já que, segundo o presidente do Sistema Mapfre, José Manuel Martínez, a empresa tem "um grande vazio no seguro na Europa" e quer implantar-se em países como Itália, Irlanda, Grécia, Turquia, Rússia e Europa de Leste.
O maior grupo segurador espanhol pretende realizar "algum investimento significativo" no Brasil, México e na Península Ibérica, onde fracassou a sua corrida à compra do negócio segurador do português BCP.
No Brasil, a Mapfre está a negociar com o Banco Real, propriedade de ABN Amro, a aquisição da totalidade da seguradora de distribuição desta entidade bancária através de agentes (Real Seguros) e 50 por cento da sua filial para o desenvolvimento de operações de banca-seguros.
Com a aquisição destas duas empresas, que somaram um volume de prémios de 465 milhões de euros em 2004, a Mapfre - já presente no Brasil através de Mapfre Veracruz, com um negócio de 199 milhões de euros -, passará a fazer parte dos três principais grupos de seguros não-vida do Brasil.
O grupo segurador espanhol fixa como objectivo para 2005 conseguir um volume de prémios de 10,0 mil milhões de euros.
Em 2004, a Mapfre conseguiu lucros de 549 milhões de euros e diz dispor de 200 milhões de euros para compras.