Maria João Carioca admite solução que passe pela dispersão do capital do Novo Banco

por Antena 1

Entrevista Antena1/Económico a Maria João Carioca, presidente da Bolsa de Lisboa.

Maria João Carioca diz que a dispersão do capital em bolsa é solução a ponderar, se permitir "atrair investidores informados" e se houver condições.

Investir:

A nova presidente da Bolsa de Lisboa considera que o arrastar das situações por resolver na banca e o grau de incerteza que daqui resulta, colocam em causa novos investimentos. Maria João Carioca, nesta entrevista à Antena1 e ao Económico, adianta que tudo combinado "não é favorável" ao investimento.

Banca:

Maria João Carioca adianta que a clarificação no setor bancário permitirá atrair investidores, mas refere que esse é apenas um dos lados da equação, porque é preciso que o resto da economia funcione.

Novo Banco:

A nova CEO da Euronext Lisbon considera que a dispersão em bolsa do capital do Novo Banco deve ser "uma solução a ponderar" desde que permita "atrair investidores informados" e desde que estejam "reunidas as condições". De resto, a presidente da Bolsa de Lisboa está disposta a acolher a solução.

Banco Mau:

Quanto à criação de um "banco mau", Maria João Carioca adianta que é útil se tiver acesso a capital porque assumir perdas requer capital. Por outro lado, sugere a necessidade de existir uma conversa prévia para se saber exatamente os ativos que estão em causa e como se vai proceder.

Brexit:

Quanto ao impacto do Brexit, refere que metade das empresas que pretendiam investir na bolsa decidiram esperar depois da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia. Nesta entrevista à Antena1 e ao Económico, Maria João Carioca revelou que há empresas no universo da Euronext que, mesmo continuando a ter necessidades financeiras, considerando a área de negócio em que desenvolvem a sua atividade, decidiram não avançar com ofertas públicas iniciais.

Bolsa:


Maria João Carioca conta, até ao final do ano, identificar cerca de 20 empresas com as quais será possível encetar conversações tendo em vista a sua entrada em bolsa. Estas conversas, até à decisão final, deverão prolongar-se durante cerca de um ano e meio a dois anos.

Impostos:


Considera que não há milagres para fazer com que as empresas entrem na bolsa, o que é preciso é continuar a trabalhar e a fazer o trabalho de casa. Defende em concreto a necessidade de avançar com a diferenciação fiscal, entre dívida e capital próprio.

Confiança:

Aliás, considera que a estabilidade fiscal e regulatória acabam por ser mais relevantes para o investidor do que a situação politica.
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