Mário Centeno fará tudo para evitar segundo resgate

O ministro das Finanças afirmou, numa entrevista à estação de televisão CNBC, que o Governo está a fazer tudo para evitar uma nova intervenção externa. Mário Centeno garante ainda que a estratégia de aposta no consumo não significa uma inversão nas reformas.

Cristina Sambado - RTP /
Filip Singer - EPA

Na entrevista, à margem da cimeira do Ecofin que decorreu este fim-de-semana em Bratislava, Mário Centeno frisou que fará o que for necessário para evitar que o país seja forçado a pedir uma nova assistência à Troika.


Quando questionado sobre a possibilidade de um segundo resgate, o ministro das Finanças foi perentório: “Evitar um resgate é a minha principal tarefa. Estamos a seguir compromissos orçamentais e a reduzir a dívida pública precisamente nessa linha”.

“Estamos a fazer um enorme esforço para estabilizar o nosso setor financeiro, o que é crucial para a economia crescer. Também estamos a promover um programa muito ambicioso de reformas, para manter em Portugal os quadros mais qualificados e permitir às empresas investir. Isso é muito importante para o ambiente em geral”.
“É um conjunto mais variado de medidas que estamos a aplicar”, diz Centeno.


Mário Centeno garante que “a atenção do Governo deve continuar voltada para a recuperação dos rendimentos e para baixar os impostos que já deviam ser baixos, devido à natureza temporária dos aumentos”

O ministro das Finanças anunciou que o executivo está a aplicar um plano ambicioso de estabilização do sistema financeiro. "Temos um programa muito ambicioso que visa ajudar a recapitalizar as empresas. Estamos a fazer muitos esforços para estabilizar o nosso sector financeiro, o que é crucial para o investimento e para o crescimento da economia".

Na entrevista à CNBC, o ministro das Finanças defendeu também o plano de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, acordado com a Comissão Europeia, que envolve “um plano de negócios muito ambicioso e uma equipa de gestão muito profissional”.

“Penso que o mercado vai perceber isto mais facilmente, porque vamos realizar uma operação muito ambiciosa e orientada para o mercado. Estamos confiantes que vamos conseguir levantar 500 milhões de euros em dívida subordinada para financiar a recapitalização da Caixa”, rematou.
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