Mário de Almeida diz que falência "não implica directamente" fábrica de Vila do Conde

Porto, 23 Jan (Lusa) - O presidente da Câmara de Vila do Conde afirmou hoje que a falência da multinacional alemã Qimonda "não implica directamente" a fábrica de Vila do Conde, mas admitiu não ter garantias de que não haverá despedimentos em Portugal.

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Em conferência de imprensa para reagir ao anúncio da entrada, no Tribunal Administrativo de Munique, do processo de falência da Qimonda AG, Mário de Almeida, que hoje se reuniu com a administração da unidade de Portugal, destacou que esta depende directamente da `holding` da Holanda e não da Alemanha.

"A situação da fábrica da Alemanha não implica directamente com a Qimonda de Vila do Conde", disse, embora admitindo não ter obtido garantias de que não vão existir despedimentos em Portugal.

De acordo com o autarca, o Governo português reiterou-lhe a disponibilidade de apoiar a empresa em 100 milhões de euros, como estava previsto, sendo este "um problema para ser acompanhado de perto".

É que, destacou, a Qimonda emprega 1.700 pessoas em Vila do Conde e foi o maior investimento feito no Norte do país, pelo que o seu eventual encerramento seria "um factor negativo para a economia", que iria causar "muita instabilidade".

Segundo disse à agência Lusa um trabalhador da Qimonda de Vila do Conde, o "clima de instabilidade" é já uma realidade na empresa, estando os funcionários "preocupados", apesar de as notícias de despedimentos não serem já recentes.

A Qimonda, o maior exportador português, entrou hoje em processo de falência, não tendo conseguido completar a tempo o processo de levantamento do empréstimo de 325 milhões de euros necessário para o seu salvamento.

Neste processo de financiamento iriam participar bancos portugueses, para além de um empréstimo de 150 milhões de euros por parte do Estado alemão da Saxónia e um empréstimo de 75 milhões de euros da Infineon, maior accionista da Qimonda.

MYV/PD.


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