Ministério paga 150 mil euros às Salinas Samouco, faltam 300 mil
O Ministério do Ambiente anunciou hoje que ordenou a transferência de 150 mil euros para a Fundação para a Protecção das Salinas do Samouco, Alcochete, ficando ainda por pagar 300 mil euros.
"O ministro do Ambiente solicitou em 03 de Novembro ao Instituto da Conservação da Natureza que procedesse ao pagamento do montante de 150 mil euros, através do seu orçamento, à Fundação", refere o comunicado.
Contactado pela Agência Lusa, o presidente da Fundação, José Manuel Palma, disse desconhecer a que ano se refere o dinheiro que agora será pago.
"O Ministério do Ambiente apenas em 2001 transferiu as verbas definidas no decreto-lei para a Fundação, faltando as de 2002 e 2003.
Não sei se esses 150 mil euros se referem a 2002, a 2003 ou já a 2004", afirmou.
Desta forma, o Ministério do Ambiente terá ainda de pagar 300 mil euros à Fundação para a Protecção das Salinas do Samouco, de acordo com o responsável.
No entanto, José Manuel Palma manifestou-se "satisfeito" com este pagamento: "Não só finalmente começam a pagar como sinto que há abertura para alterar o decreto-lei da Fundação".
José Manuel Palma pretende que o decreto-lei seja alterado para "permitir que a Fundação viva enquanto exista a concessão da Lusoponte".
A Fundação para a Protecção de Gestão Ambiental das Salinas do Samouco foi criada pelo Governo em 2000 para cumprir os compromissos de conservação e manutenção das salinas expropriadas pela Lusoponte, concessionária da Ponte Vasco da Gama.
Em 1997, foram expropriados cerca de 200 hectares das salinas.
O presidente da Fundação pretende nova legislação que preveja que o Estado possa continuar a financiar a Fundação, já que o actual decreto-lei só prevê transferência de verbas durante três anos (2001, 2002 e 2003).
"Pretendemos ainda que a participação na Fundação seja alargada à sociedade civil", comentou à Lusa.
José Manuel Palma contou ainda que a Fundação tem "vivido dias difíceis desde Janeiro" e que só conseguiu pagar integralmente os salários este mês com as receitas da piscicultura.
Em finais de Janeiro, o então ministro do Ambiente, Amílcar Theias, afirmou que pouco havia a fazer para melhorar a Fundação.
"Uma fundação que nasce um pouco torta raramente se endireita", disse o ex-governante.