Ministro das Finanças estima que economia cresça quatro por cento este ano

por RTP
Tiago Petinga - Lusa

Na apresentação do Programa de Estabilidade 2021/2025, o ministro das Finanças, João Leão, diz que este é um programa que prevê "um forte crescimento do PIB". João Leão prevê que a economia cresça quatro por cento este ano e 4,9 por cento no próximo e que o défice ficará nos 4,5 por cento este ano.

João Leão prevê um crescimento da economia de quatro por cento este ano e de 4,9 por cento em 2022, “fazendo com que a economia, já no próximo ano, ultrapasse o valor atingido em 2019 no período pré-pandemia”.

O ministro das Finanças explica que “este crescimento económico muito assinalável vai estar essencialmente baseado no forte impulso do crescimento via investimento e exportações”.

João Leão salienta que há uma revisão do crescimento que era anteriormente previsto para 2021, de 5,4 por cento, “e isso decorre do efeito da terceira vaga da pandemia que obrigou a um confinamento e que levou a uma paragem de uma parte importante da atividade económica”.

O Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) também dará um empurrão à economia, estimando-se que terá um impacto económico de 22 mil milhões de euros nos próximos anos.

O Programa de Estabilidade 2021-2025 revê ainda em alta a projeção do défice para 2021, devendo fixar-se nos 4,5 por cento do PIB, acima dos 4,3 por cento previstos no Orçamento do Estado para 2021.

Em 2022, o défice atingirá o valor de 3,2 por cento e a partir de 2023, "o défice voltará abaixo dos três por cento e caminhará para um valor de um por cento", estima João Leão.
Taxa de desemprego ficará em 7,3 por cento este ano
Sobre o emprego, João Leão afirma que este ano está prevista “uma ligeira melhoria e um crescimento mais robusto para o ano, acima de um por cento”.

Este ano, a taxa de desemprego ficará em 7,3 por cento, ligeiramente acima do ano passado, “porque a população ativa aumentará com o regresso da normalização da atividade económica”.

Para 2022 e nos anos seguintes prevê-se uma redução da taxa de desemprego.

Em relação aos apoios às empresas, João Leão fala num “apoio massivo” que vai aumentar face ao ano anterior. No total, o Governo estima que as empresas receberam cerca de três mil milhões de euros a fundo perdido.

A dívida pública portuguesa só voltará a baixar ao nível com que iniciou a crise da pandemia de Covid-19 em 2024, de acordo com números do Programa de Estabilidade.

Segundo a apresentação feita pelo ministro João Leão, em 2021 a dívida pública deverá ficar nos 128% do Produto Interno Bruto (PIB), baixando para 123 por cento em 2022 e 121 por cento em 2023. Apenas em 2024 volta aos níveis pré-crise (fechou 2019 nos 117,6 por cento do PIB), já que o Governo projeta que fique nos 117 por cento nesse ano e baixe para 114 por cento em 2025.

Em suma, o ministro das Finanças considera que Portugal está “em condições de enfrentar esta crise de uma forma muito diferente com que o país enfrentou as crises anteriores: sem receio de austeridade, sem receio de ter que aumentar impostos para pagar os efeitos da crise”.

Os números foram avançados pelo governante depois do executivo ter aprovado o Programa de Estabilidade 2021/2025 em Conselho de Ministros, realizado esta quinta-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

c/Lusa
pub