Ministro diz que interesse de grupos europeus "era previsível"

O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, afirmou hoje que as manifestações de interesse dos três maiores grupos europeus de aviação na privatização da TAP "eram previsíveis", devido aos resultados financeiros conseguidos pela companhia aérea.

Lusa /

"Os resultados bons e robustos" da companhia aérea demonstram que a TAP "é uma companhia apetecível", disse o governante em Vilamoura, no Algarve.

Em declarações aos jornalistas à margem do 24.º Congresso da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), Miguel Pinto Luz afirmou que o Governo "vê com satisfação" o interesse dos grupos de aviação europeus na compra da transportadora aérea portuguesa.

Até ao momento, foi confirmado o interesse formal na privatização da Air France-KLM, Lufthansa e International Airlines Group (IAG) - dono da British Airways e da Ibéria.

"O Governo vê com satisfação aquilo que já era previsível, ou seja, que os três maiores grupos europeus apresentassem as suas intenções de irem à privatização da TAP", realçou.

Miguel Pinto Luz escusou-se a comentar as manifestações de interesse para a compra da TAP já apresentadas, remetendo qualquer comentário para depois do final do prazo, no sábado, às 17:00.

"A Parpública está a acompanhar todo o processo e até amanhã às cinco da tarde não vamos fazer qualquer comentário", sublinhou.

O ministro garantiu que o Governo não venderá a TAP "ao desbarato", reiterando que a prioridade é "cumprir escrupulosamente os prazos e assegurar total transparência e que o processo decorra sem sobressaltos".

"A TAP é uma novela antiga, muito nebulosa, e nós não queremos nada disso. Queremos transparência, diálogo, e o parlamento será uma entidade que irá permanentemente escrutinar todo o processo", realçou.

Miguel Pinto Luz frisou que a privatização é "inevitável", alertando para a impossibilidade de novas injeções financeiras por parte do Estado: "Se acontecer algum soluço, alguma alteração na economia mundial, nós não poderemos injetar nem mais um euro naquela companhia".

O ministro destacou ainda que o Governo pretende garantir "uma TAP saudável, a servir os portugueses, os PALOP, as rotas estratégicas e o `hub` de Lisboa".

"É isso que nós queremos e é isso que vamos conseguir", concluiu.

O processo de privatização prevê a alienação de até 44,9% do capital da TAP, mantendo 5% reservados aos trabalhadores.

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