MNE chinês no Brasil, para "ampliar" a voz dos paises em vias de desenvolvimento
Pequim, 13 Jan (Lusa) -- A China manifestou-se hoje satisfeita com o estado das relações com o Brasil e defendeu que "o fortalecimento" da cooperação bilateral "ampliará a representatividade dos países em vias de desenvolvimento na cena internacional".
Trinta e cinco anos após o estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, "a China tornou-se o segundo parceiro comercial do Brasil", realçou a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Jiang Yu.
"China e Brasil são ambos grandes países em vias de desenvolvimento (...) Nas actuais circunstâncias, uma mais forte cooperação bilateral ajudará os dois países a manter a estabilidade económica e financeira", disse também a porta-voz.
A declaração foi feita a propósito da visita que o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Yang Jiechi, efectuará ao Brasil de 17 a 19 de Janeiro, depois de um périplo por quatro países africanos.
A Republica Popular da China e o Brasil estabeleceram relações diplomáticas em Agosto de 1974.
Pelas contas do Fórum para a Cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa, organismo com sede em Macau, nos primeiros dez meses de 2008 o comércio sino-brasileiro subiu 81 por cento em relação a igual período do ano anterior, somando 42,5 mil milhões de dólares (30,6 mil milhões de euros).
Segundo a mesma fonte, o saldo da balança comercial bilateral, no valor de 9,2 mil milhões de dólares (6,8 mil milhões de euros), é favorável ao Brasil.
China e Brasil são também os dois únicos países em vias de desenvolvimento com um programa de cooperação na área espacial, tendo já fabricado e colocado em orbita três satélites de investigação de recursos terrestres.
Um estudo publicado na edição anual da influente revista chinesa Caijing concluía que, "embora separados geograficamente por quase metade do planeta, China e Brasil parecem ser, em muitos aspectos, parceiros naturais".
O estudo, intitulado "Casamento de Conveniência", realçava que a China é o maior mercado de duas das principais exportações brasileiras, o ferro e a soja, cuja procura não deverá diminuir em 2009.
AC.
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