MNE saúda avanços mas reitera necessidade de envolver Europa e Kiev
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, saudou hoje os aparentes avanços positivos nas negociações com vista a um cessar-fogo na Ucrânia, mas voltou a sublinhar que qualquer acordo tem de envolver os ucranianos e os países europeus.
"Saudamos vivamente que haja um esforço enorme para fazer aqui uma aceleração nos processos de paz. Até este momento, o que nós temos é conversações diretas entre os Estados Unidos e a Rússia, conversações diretas entre os Estados Unidos e a Ucrânia. O que nos dizem os parceiros ucranianos é que tem havido progressos muito positivos. E, portanto, nós, obviamente, estamos satisfeitos com isso", disse Paulo Rangel.
"Agora, é fundamental nunca esquecer que uma solução para a Ucrânia só pode ser feita com a Ucrânia e uma solução que tem de envolver necessariamente, é imperativa, não há outra forma, a União Europeia" e outros países europeus, como o Reino Unido, a Noruega ou a Turquia, acrescentou o chefe da diplomacia portuguesa, que falava à agência Lusa em Barcelona, Espanha, à margem da reunião anual da União pelo Mediterrâneo (UpM).
Paulo Rangel sublinhou que "uma solução só pode ser negociada também com os europeus", lembrando que estão em causa questões como a localização de forças de segurança e de estabilização no continente europeu ou o contributo da Europa para a reconstrução da Ucrânia.
"Portanto, vamos ver como é que evoluem as coisas. O facto de os ucranianos nos reportarem passos positivos, penso que é de saudar. Agora, penso que a expectativa é alta e que a União Europeia está a fazer uma coisa bem feita, está a pôr uma alta pressão junto aos Estados Unidos e junto da Ucrânia para que este processo possa evoluir", acrescentou o ministro português, dizendo ainda que "também tudo depende da capacidade que há de convencer a Rússia a vir para uma solução razoável e equilibrada".