Moçambique aprovou investimentos de 4.200 milhões de euros no primeiro semestre
Moçambique aprovou 115 projetos de investimento, orçados em cerca de 5.000 milhões de dólares (4.200 milhões de euros) no primeiro semestre, para gerar 17 mil empregos, segundo a primeira-ministra.
"Durante o primeiro semestre do presente ano foram autorizados 115 projetos de investimento orçados em aproximadamente 5.000 milhões de dólares, com o potencial de gerar 17 mil postos de emprego", disse a primeira-ministra, em Maputo.
Segundo Benvinda Levi, que falava após o encerramento da 60.ª Feira Internacional de Maputo (Facim), que decorreu até sábado, entre os projetos aprovados destaca-se o Green Energy em Moçambique, com um investimento total de 3.000 milhões de dólares (2.500 milhões de euros) e com potencial de gerar 10 mil postos de emprego.
"Este projeto tem como objeto a construção e gestão de um parque industrial composto por unidades de processamento de minerais, para a produção de dióxido de titânio, alumínio, aço, cimento, baterias, painéis solares, entre outros e vai ser implantado na província de Sofala", explicou.
De acordo com a primeira-ministra, Sofala registou o maior volume financeiro do investimento no primeiro semestre, com cerca de 88,14% do total, seguida da província de Maputo, com 2,82%.
"O investimento direto nacional totalizou o valor de cerca de 144 milhões de dólares [123,2 milhões de euros], isto é, 3,65% do investimento aprovado no primeiro semestre do presente ano", avançou.
O investimento direto estrangeiro, com origem 25 países, atingiu um total de mais de 3.200 milhões de dólares (2.700 milhões de euros), o que corresponde a 82,55% do investimento total aprovado em Moçambique, beneficiando principalmente os setores da indústria, transportes e comunicações e os serviços, disse a primeira-ministra.
"Como se pode notar, estes dados indicam que a nossa economia tem vindo a registar uma recuperação gradual da atividade económica, após a contração registada no quarto trimestre de 2024" e já este ano, explicou.
A contração da economia, segundo Levi, foi causada pelos choques climáticos extremos e pela tensão pós-eleitoral: "que impactaram negativamente nos diferentes setores da atividade económica e social do nosso país".
"Para acelerar a recuperação da nossa economia, com maior envolvimento do setor privado, o Governo tem vindo a tomar diversas medidas e ações, com destaque para a personalização de garantia mutuária com o valor de 250 milhões de dólares [213,9 milhões de euros], tendo sido assinado, aqui na Facim, com testemunho do Presidente, as primeiras três garantias do valor inicial disponibilizado de 40 milhões de dólares [34,2 milhões de euros]", disse.
A governante referiu que, no mesmo período, foi implementado também o Fundo de Recuperação Empresarial, num investimento de mais de 300 milhões de meticais (quatro milhões de euros), a linha de taxa crédito por taxa bonificada, de 10 mil milhões de meticais (134,10 milhões de euros), entre outros.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defendeu na sexta-feira uma "consolidação orçamental imediata" em Moçambique para garantir a estabilidade macroeconómica e disse que as discussões sobre um novo programa de ajustamento financeiro vão continuar "nos próximos meses".
O FMI prevê que Moçambique cresça 2,5%, essencialmente a custo de uma recuperação do setor dos serviços no segundo semestre, que se segue a uma "desaceleração acentuada entre outubro de 2024 e março de 2025" devido à violência que desceu sobre o país no seguimento das eleições presidenciais.
O FMI nota ainda que há "sinais emergentes de um aumento do interesse dos investidores estrangeiros numa ampla gama de setores", e por isso conclui que "é essencial abordar os desequilíbrios macroeconómicos para libertar todo o potencial do investimento direto estrangeiro e manter a confiança dos investidores".