Moçambique lança fundo de 34,1 ME para crédito a pequenas e médias empresas

O Presidente moçambicano lançou hoje, em Maputo, o Fundo de Garantias Mutuárias, financiado em 40 milhões de dólares (34,1 milhões de euros), para garantias de crédito a pelo menos 15 mil Micro Pequenas e Médias Empresas (MPME) nacionais.

Lusa /

"Este instrumento não é apenas um mecanismo financeiro, é uma ponte para a retoma da economia moçambicana. Contamos que com estes 40 milhões de dólares norte-americanos sejam financiados cerca de 15 mil pequenas e médias empresas, na sua maioria de jovens", declarou Daniel Chapo, durante a cerimónia de abertura da 60.ª edição da Feira Internacional de Maputo (Facim), a maior exposição de bens e serviços do país.

Para o chefe de Estado, o fundo, que conta com um financiamento inicial do Banco Mundial (BM), é uma oportunidade de transformar sonhos em negócios e ideias em empregos para a juventude moçambicana, "principalmente para as mulheres".

"Uma das preocupações que ouvimos de forma recorrente, em todas as conferências anuais do setor privado, é a dificuldade de acesso ao financiamento. Sabemos que (...) as altas taxas de juro têm sido barreiras quase intransponíveis para as Pequenas e Médias Empresas, que representam o coração do tecido empresarial nacional, daí a criação deste fundo, especificamente dedicado às pequenas e médias empresas, porque fazem 90% da dinamização da nossa economia, da geração de renda, do emprego e principalmente para a juventude", explicou.

O Fundo de Garantia Mutuária será implementado pelo Banco Comercial de Investimentos (BCI) e os sul-africanos Standard Bank e Absa Bank.

"Queremos saudar os bancos que já aderiram a esta iniciativa e encorajar os outros bancos a seguir este exemplo", disse.

Chapo pediu mecanismos "céleres, transparentes e inclusivos" para que o fundo chegue rapidamente "a quem dele mais necessita".

A Lusa noticiou em junho que as Micro Pequenas e Médias Empresas (MPME) moçambicanas vão ter garantias para crédito através do Fundo de Garantia Mutuária, criado pelo Governo com uma dotação de 4.400 milhões de meticais (64 milhões de euros).

No decreto do Conselho de Ministros que cria o fundo, com data de 10 de junho e consultado hoje pela Lusa, é referido o objetivo de "promover as facilidades de acesso ao financiamento" às MPME, através da "concessão de garantias e contragarantias ao crédito contraído por este segmento de empresas" na banca nacional, para permitir "taxas de juros mais acessíveis".

Prevê que este fundo público disponibilize "garantias às instituições de crédito e sociedades financeiras, visando a facilitação de concessão de créditos às MPME", bem como "contragarantias para a realização das operações das sociedades de garantia mútua e demais instituições financeiras que se dediquem à prestação de garantias" a este segmento empresarial.

Um total de 3.150 expositores moçambicanos e internacionais são esperados a partir de hoje na 60.ª edição da Facim, a maior exposição de bens e serviços de Moçambique, que vai decorrer até 31 de agosto.

Além de exposições e outras atividades relativas aos negócios, o evento vai acolher também um fórum de negócios com a África do Sul, acrescentou.

Está também prevista a exposição de equipamento militar e policial, visando "mostrar que não devem ter receio do serviço", mas sim verem uma oportunidade no setor cívico, conforme adiantou antes Sérgio Macuácua, diretor da Facim.

Anualmente, a maior feira de negócios moçambicana expõe as potencialidades económicas de Moçambique e as oportunidades de negócios e de investimentos no setor empresarial do país e do estrangeiro, contando igualmente com outras atividades, entre as quais seminários, sessões de promoção e bolsas de contacto.

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