Moeda europeia atingida pelo síndrome da crise grega

O euro começou o dia de segunda feira cotado a 1,2237 do dólar norte-americano - a sua cotação mais baixa desde Abril de 2006. A moeda europeia registava assim no seu sismógrafo as incertezas resultantes do que começou por chamar-se a crise grega mas já é, entretanto, uma crise de solvência para boa parte da União Europeia e para a sua moeda única.

RTP /
O presidente do Banco Central Europeu.Jean-Claude Trichet, guardião duma moeda em dificuldades Uwe Anspach, Epa

A persistente baixa do euro atinge agora o ponto mais baixo dos últimos quatro anos, mas nada garante que tenha tocado o fundo e que vá ficar por aqui. Ela afecta por outro lado, dum modo geral, as cotações da bolsa e, em especial, cotações do ouro, do dólar e do petróleo.

Assim, os espcialistas hoje citados pelo diário alemão on-line Der Spiegel esperam para os próximos dias uma tendência para a valorização de valores cotados em bolsa, que em parte se deverá, contudo, a uma ilusão de óptica e reflectirá muito mais a queda do euro do que um ganho de solidez desses valores.

No mesmo sentido, constata-se já que a onça de ouro fino se valorizou em 1,6%, atingindo os 1012,8 euros. Também em relação à libra o ouro subiu, neste caso para 869,14 libras. Os analistas atribuem essa dupla valorização à procura do ouro como valor de refúgio, perante a insegurança exibida pelas duas principais moedas do espaço europeu.

O preço do petróleo, pelo contrário, mostra a tendência de acompanhar a baixa do euro. O barril WTI (do tipo West Texas Intermediate) abriu na manhã de segunda feira a perder 1,40 dólares em relação ao fecho de sexta feira, agora para 69,82 dólares. e apenas recuperou ligeiramente para 70,21 dólares ao longo da manhã. O barril Brent do Mar do Norte, por seu lado, caía também e, neste caso, para 76,60 dólares.

Outras moedas e outras economias são afectadas pela queda do euro - desde logo o dólar, na escala citada atrás, mas também o yuan. O porta-voz do Ministério do Comércio chinês, Yao Lian, citado pelo mesmo Der Spiegel, constatava que "o yuan valorizou-se nas últimas quatro semanas em relação ao euro em 14,5%". E acrescentava que isso prejudica "os exportadores chineses e as exportações chinesas para os países europeus".
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