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NAV revela que Aeroporto de Lisboa está sem slots para atribuir e que previsível aumento de tráfego, durante o verão, naquele aeroporto está a ser acautelado
O presidente da NAV Portugal espera continuar a trabalhar "em boa rota" com o futuro Governo, revela que não há slots para atribuir no Aeroporto de Lisboa e garante que o previsível aumento de tráfego, durante o verão, naquele aeroporto está a ser acautelado. Os controladores aéreos preferencialmente não vão ter férias neste período de verão para que haja sempre a capacidade máxima disponível.
Sobre os voos em rota, essas reduções dos atrasos têm sido mais difíceis porque, segundo Pedro Ângelo, a procura do tráfego tem sido superior à prevista. As previsões apontavam para um crescimento de 2 por cento e, em Lisboa, já há um crescimento de 11 por cento de voos em rota. O presidente da NAV refere que essa falta de previsibilidade cria dificuldades na operação, que estão já a ser estudadas.
Sobre o novo aeroporto, Pedro Ângelo adianta que por parte da NAV os investimentos previstos não são de grande dimensão e poderão ascender aos 18 milhões de euros.
Nesta entrevista Pedro Ângelo revela que os slots do aeroporto de Lisboa estão totalmente preenchidos das 6 da manhã às 11 da noite e há companhias que querem entrar na operação em Portugal e não conseguem.
Não consegue quantificar, mas diz que "Portugal perde muito com as atuais condições com angariação de novas companhias" porque não há slots para atribuir.
O presidente da NAV revela também que o estudo para alterar trajetórias da utilização da pista de sul para norte por causa do ruído já está concluído e vai ser entregue ao Governo.
Pedro Ângelo adianta ainda que o processo de contratação de pessoal vai ser acelerado e espera em 2027, dois anos antes do previsto, poder contar com o número adequado de controladores aéreos. Ainda assim lembra que, as limitações à contratação impostas pelo Ministério das Finanças ao tempo da Troika, no caso da NAV não se justificam e espera que sejam alteradas. Até porque a NAV é uma empresa que tem crescido todos os anos e este ano vai continuar a crescer acima do estimado e nos próximos 5 anos estão previstos 120 milhões de euros em investimentos.
Sobre o apagão de 28 de abril, Pedro Ângelo revela que a NAV já respondeu à auditoria da ANAC. Adianta que houve capacidade de resposta e que a segurança nunca esteve em causa. O "mais problemático" foi a falha das redes de comunicações. Pedro Ângelo vai dialogar com as operadas para tentar soluções mais adequadas, mas admite que se a resposta não for adequada pode vir a fazer um investimento num satélite.
Sobre o próximo Governo espera que seja possível continuar "a trabalhar em boa rota como temos feito até agora". Entrevista conduzida por Rosário Lira, da Antena 1, e Maria João Babo, do Jornal de Negócios.