Navigator "convicta" de que taxa `antidumping` imposta por EUA será eliminada

Lisboa, 17 nov (Lusa) -- O administrador executivo da Navigator, António Redondo, afirmou hoje que o fabricante português de papel não pratica `dumping` e mostrou-se convicto de que o regulador do mercado norte-americano vai eliminar a taxa que foi imposta à empresa.

Lusa /

Em agosto de 2015, na sequência de um processo `antidumping` (venda abaixo do preço de custo) promovido pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, as autoridades norte-americanas aplicaram à ex-Portucel uma taxa de 29,53% sobre as vendas, um valor que foi posteriormente revisto para 7,8%, mas com o qual a Navigator continua em desacordo.

"Nós continuamos a recusar qualquer prática de `dumping` e conseguimos demonstrar às autoridades americanas, que tinham feito inicialmente uma taxa `antidumping` de 30% que o valor não estava correto e foi aplicado um valor de 7,8%", destacou o vogal da comissão executiva da empresa produtora de papel e pasta de papel.

"Apesar desta taxa `antidumping` que nos é imposta e depois da análise que fizemos utilizando a metodologia que o Departamento do Comércio utiliza, estamos mais uma vez convictos, e iremos demonstrá-lo quando for o momento oportuno que não praticamos `dumping` rigorosamente nenhum e que essa taxa será eliminada", adiantou António Redondo.

Instado a comentar o impacto da eleição do republicano Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos (país que representa cerca de 10% das exportações da Navigator), o responsável da empresa manifestou-se tranquilo, tendo em conta a dependência do mercado americano de papel importado.

"Continuamos a vender nos Estados Unidos e a vender bem, mesmo depois de o Departamento do Comércio ter decidido no ano passado aplicar a taxa `antidumping`" à Navigator, assinalou.

Num comunicado enviado à Comissão de Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM) a 11 de janeiro de 2016, a Navigator (ainda sob o nome de Portucel) manifestava o "total desacordo com a aplicação de qualquer margem `antidumping`" e garantia que iria utilizar "todos os meios processuais disponíveis para evidenciar que esta medida é injustificada".

A empresa salientava ainda que embora esta determinação do Departamento de Comércio fosse final a sua aplicação estava dependente da International Trade Commission ("USITC") considerar que a indústria norte-americana ficou prejudicada ou poderá ficar prejudicada com as importações provenientes de Portugal.

O processo teve início em 21 de janeiro de 2105 quando um sindicato da indústria norte-americana de papel e floresta e quatro fabricantes de papel entregaram uma queixa relativa a alegadas práticas de `dumping` nas importações de papel de cinco países: Austrália, Brasil, China, Indonésia e Portugal.

 

RCR// ATR

 

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