Economia
Novo Banco: Venda pode implicar mais de 4 mil milhões de euros de perdas
O Banco de Portugal deverá, ainda esta quarta-feira, recomendar ao ministério das finanças quem considera ser o candidato preferencial à compra do Novo Banco.
Mário Centeno não coloca de lado a ideia de manter o Novo Banco na esfera do estado, adiando o cancelando a venda.
A Lone Star tem a proposta de compra mais alta: 750 milhões de euros. A empresa norte americana admite investir outro tanto num futuro aumento de capital, mas pedirá 2 mil milhões de euros em garantias públicas para firmar o negócio.
Mário Centeno é perentório ao afirmar que não haverá qualquer garantia de mais dinheiro do estado para fechar o negócio.
O Consórcio Apollo /Centerbridge é o outro concorrente. Não se conhecem pormenores da sua oferta, sabe-se apena que será menor do que a da Lone Star.
O também consórcio norte americano admite no entanto subir a parada desde que tenha tempo para juntar à jogada o grupo português Violas Ferreira, que estará de saída do BPI.
Dos três concorrentes iniciais a esta segunda tentativa de venda do Novo Banco o único que não apresentou ainda as garantias bancárias necessárias para continuar a ser considerado foi o chinês Minsheng.
O Acordo com o BCE implica que o Novo Banco tem que ser vendido até agosto deste ano. O governo já reconheceu que há tempo para negociar... Quer com os concorrentes que se mantenham na corrida, quer com o próprio BCE, já que o ministro das finanças já admitiu que a nacionalização temporária do banco é uma possibilidade para evitar perdas para o o erário público.
O Estado tem mais de 3900 milhões de euros no Novo Banco - O dinheiro que emprestou ao Fundo de Resolução para injetar no "Banco Bom" que nasceu do colapso do BES.
Em 2015 foi recusada uma oferta da Anbang de 3,5 mil milhões de euros para venda do banco... O valor estava abaixo dos 4,9 mil milhões injetados pelo fundo de resolução... Os chineses exigiam um desconto até ao valor que ofereciam caso fosse descoberto um buraco nas contas da instituição.
A melhor oferta é agora mais de quatro vezes inferior. Conclusão: Quem compra acredita que o buraco existe mesmo.
Francisco Louçã, antigo dirigente do Bloco de Esquerda e Conselheiro e Estado de Marcelo Rebelo de Sousa, escreceu ao primeiro-ministro defendendo a nacionalização.
O Presidente da República diz que este não e o momento para comentar o caso Novo Banco.
De acordo com dados do Banco de Portugal se o Novo Banco for integrado na esfera do estado 39 % dos depósitos ficarão na banca pública e esta será responsável por 36% de todo o crédito à economia. Considerando apenas o crédito às empresas o valor seria de quase 42%.