Nvidia nega que os seus `chips` representem risco de segurança após acusações na China

A empresa tecnológica norte-americana Nvidia negou que os seus `chips` representem um "grave problema de segurança", depois de ter sido convocada pela Administração do Ciberespaço da China (CAC) para prestar esclarecimentos, noticiou hoje o portal de notícias Yicai.

Lusa /
Reuters

A cibersegurança é de "importância crucial" para a empresa californiana, indicou a Nvidia, depois de a CAC ter revelado, na passada quinta-feira, que pediu à empresa explicações e provas relativamente a alegados "riscos de rastreamento" e "controlo remoto" dos seus `chips` H20, um produto concebido especificamente para o mercado chinês.

"A Nvidia não insere `portas traseiras` nos seus `chips` que permitam acesso ou controlo remoto por terceiros", assegurou a empresa, num comunicado.

A autoridade chinesa indicou que "recentemente foram tornados públicos graves problemas de segurança com os `chips` informáticos da Nvidia" e que "legisladores norte-americanos exigiram que os `chips` exportados a partir dos EUA incluam funcionalidades de rastreamento e localização".

Na nota divulgada, a CAC cita ainda "especialistas norte-americanos em inteligência artificial", que alegadamente afirmaram que os `chips` da Nvidia "estão equipados com tecnologias avançadas de rastreamento, localização e desligamento remoto".

A controvérsia surge poucas semanas depois de Pequim ter saudado a decisão de Washington de voltar a autorizar a venda destes `chips` à China, após uma suspensão imposta no âmbito da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

O `chip` H20 é uma das versões de menor capacidade desenvolvidas pela Nvidia para o mercado chinês, em resposta às restrições impostas nos últimos anos pelos EUA sobre a exportação de chips avançados utilizados em inteligência artificial -- um setor estratégico tanto para os Estados Unidos como para a China, que ainda depende do exterior neste domínio.

Durante o período em que o H20 esteve impedido de entrar no mercado chinês, vários distribuidores locais passaram a oferecer outros modelos mais potentes, como o B200 - utilizado por empresas como OpenAI, Google ou Meta para treinar modelos de inteligência artificial - no que o jornal britânico Financial Times descreveu como um "mercado negro em expansão".

 

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