Operadora fecha último `casino-satélite` de Macau com quase 1.200 trabalhadores
A concessionária SJM Resorts anunciou hoje que o Landmark, o último dos 11 `casinos-satélite` de Macau, vai encerrar em 30 de dezembro, um dia antes do limite fixado há três anos pelo Governo.
Num comunicado, a SJM disse que o casino Landmark "vai cessar oficialmente operações às 23:59 [15:59 em Lisboa] de terça-feira, 30 de dezembro de 2025".
Três das seis concessionárias de jogo a operar em Macau - SJM, Galaxy e Melco - comunicaram às autoridades que, até 31 de dezembro, terminariam a exploração de 11 `casinos-satélite`, onde trabalhavam cerca de 5.600 residentes, anunciou em junho o Governo local.
Os `casinos-satélite`, sob a alçada destas concessionárias, são geridos por outras empresas, sendo uma herança da administração portuguesa e que já existia antes da liberalização do jogo no território, em 2002.
Quando a legislação que regula os casinos foi alterada, em 2022, estabeleceu-se o final de 2025 como data limite para terminar a atividade destes espaços de jogo.
As operadoras podiam decidir assumir a gestão direta dos casinos, fechar portas ou assinar novos contratos de gestão, mas sem partilhas de receitas, uma imposição da nova legislação.
O único dos 11 `casinos-satélite` que deverá permanecer aberto é o Royal Arc, uma vez que a SJM pretende pedir às autoridades para assumir a gestão direta do espaço de jogo.
Em 20 de novembro, a SJM confirmou a aquisição da empresa que detém o Royal Arc por 1,75 mil milhões de dólares de Hong Kong (195,2 milhões de euros).
Nove dos 11 `casinos-satélite` de Macau já encerraram. O último a fechar portas, na terça-feira, foi o Fortuna, com mais de 550 funcionários.
No comunicado de hoje, a SJM sublinhou que todos os funcionários locais do Landmark diretamente contratados pela empresa têm emprego garantido.
A SJM explicou que o pessoal com estatuto de residente em Macau será "transferido para outros casinos da empresa para desempenhar funções relacionadas com o jogo, de acordo com as necessidades operacionais".
Já os funcionários locais que não foram contratados diretamente pela SJM Resorts "são convidados a candidatarem-se a vagas relacionadas" dentro do grupo, "com prioridade para contratação" e com condições iguais às que tinham.
Também hoje, a Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos (DICJ) de Macau assegurou que vai "supervisionar rigorosamente, `in loco`, os procedimentos de encerramento" do Landmark.
No que diz respeito aos 1.169 funcionários do casino, a DICJ garantiu, numa nota à imprensa, que vai manter a comunicação com a Direção dos Serviços para os Assuntos Laborais, para assegurar o cumprimento das garantias dadas pela SJM, nomeadamente "a recolocação de todos os referidos trabalhadores".
No final de agosto, o deputado português de Macau José Pereira Coutinho disse temer "uma nova vaga de desemprego" na região, "a médio ou longo prazo", devido ao encerramento dos `casinos-satélite`.
De acordo com dados oficiais, a taxa de desemprego em Macau caiu para 1,7% - o valor mais baixo desde janeiro - entre agosto e outubro, apesar do encerramento destes casinos.