Orçamento do Estado. Governo fecha negociação sem cedência no IRC
O primeiro-ministro revelou, em entrevista à SIC, que continua a haver divergências entre o Governo e o Partido Socialista para a aprovação do Orçamento do Estado para 2025. A proposta do Executivo está fechada e Luís Montenegro garante que o período negocial chegou ao fim. A forma como o PS vai votar tem de ser anunciada pelo partido.
"A única em coisa que não tivemos entendimento foi o compromisso" quanto ao IRC. “Não podemos aceitar” o compromisso de não baixar o IRC nos anos seguintes, disse Luís Montenegro.
O primeiro-ministro explicou que não houve entendimento com o Partido Socialista para a não descida deste imposto porque considera ser “da responsabilidade dos orçamentos seguintes” e não quer condicionar os próximos orçamentos.
"Mas o Governo não se afastou do seu programa nem do seu objetivo", assegurou.
Quanto à falta de entendimento com Pedro Nuno Santos, Montenegro diz que "não é uma birra", apenas "uma posição diferente". Contudo, o primeiro-ministro recusou fazer comentários sobre o teor das conversas com Pedro Nuno Santos e notou que o “PS também fez o seu esforço” em nome da estabilidade política.
“Neste momento não há mais nada a negociar”, repetiu o chefe de Governo.
Luís Montenegro reconheceu ter sido alcançada uma solução mais equilibrada e que a proposta do Orçamento do Estado está fechada e será aprovada sem que a questão do IRC esteja finalizada.
“A minha convicção plena é que vamos ter uma proposta viabilizada”.
Questionado sobre se haveria entendimentos com o Chega, Luís Montenegro disse que o partido liderado por André Ventura "já teve seguramente mais de dez posições nos últimos dias".
"Os deputados do Chega farão o que entenderem. Está afastada qualquer negociação com o Chega", deixou claro o primeiro-ministro. A questão diferente é haver qualquer negociação entre o Governo e o Chega, porque isso está afastado de todo. Isso não vai acontecer, não é possível haver um diálogo produtivo com quem muda de opinião tantas vezes, com quem se transformou num catavento nesta discussão do Orçamento do Estado e, portanto, não se apresentou à altura sequer de poder negociar com o Governo”.
Quanto à possibilidade de o Chega aprovar o Orçamento mesmo sem negociação, Montenegro foi irónico: "não é problema meu".
“Não digo passar do zero para 100. Estamos a analisar o melhor modelo para sermos bem-sucedidos”, declarou.
O chefe do Executivo confirmou que existem muitas empresas interessadas em adquirir o capital da empresa.