Participada do BPP vence cinco leilões de auto-estradas no Brasil
A concessionária espanhola OHL, participada em cinco por cento pelo Banco Privado Português (BPP), venceu hoje o leilão para administrar cinco auto-estradas brasileiras, revelaram fontes oficiais.
A OHL apresentou, em leilão promovido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o regulador brasileiro do sector, em São Paulo, os menores valores para cobrança de portagens.
A espanhola OHL, que já administra quatro auto-estradas no Estado de São Paulo, chegou a apresentar valores até 65 por cento menores do que o mínimo determinado pelo regulador do sector para a futura cobrança de portagens.
A concessionária administrará por 25 anos cinco auto-estradas que cortam os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, na região Sudeste, e Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, no Sul do país.
Entre essas auto-estradas, estão algumas das mais rentáveis para a exploração privada, segundo especialistas do sector, num total de 2.167 quilómetros.
Actualmente líder no sector no Brasil, a Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), participada em 17,9 por cento pela portuguesa Brisa, também participou do leilão, mas não obteve sucesso.
A empresa BRVias, controlada pela GOL, segunda maior companhia aérea brasileira, venceu o leilão para administrar a auto-estrada que liga os estados de São Paulo e do Paraná, num total de 320 quilómetros.
A também empresa espanhola Acciona venceu o leilão para administrar a concessão de 200 quilómetros de uma auto-estrada, entre os estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.
Segundo as projecções da ANTT, as auto-estradas leilodas hoje exigirão investimentos de 20 mil milhões de reais (7,8 mil milhões de euros), nos próximos 25 anos, na manutenção e duplicação de pistas.
Desde 1999, o Governo brasileiro planeia conceder às empresas a administração desses sete auto-estradas, num total de 2.600 quilómetros.
Várias suspensões no programa de privatização de auto-estradas foram anunciadas, desde então, nomeadamente depois durante o actual Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Crítico do programa de privatização de estatais e de auto-estradas promovido pelos seus antecessores, Lula da Silva chegou a determinar a redução do valor das portagens, como condição para a retoma do processo de concessões.
O Governo brasileiro exigiu igualmente a redução da taxa de retorno dos investimentos das empresas concessionárias de auto-estradas, abaixo dos actuais 12,8 por cento.
Antes do leilão de hoje, a OHL Brasil era a segunda maior administradora de auto-estradas no Brasil, atrás da CCR, então líder do sector, que agora foi ultrapassada pela concessionária espanhola.
Actualmente, o Brasil tem 36 concessionárias privadas que administram cerca de 9.700 quilómetros de auto-estradas em todas as regiões.