Partido Socialista Europeu com "vergonha" das declarações de Dijsselbloem

por Lusa

Bruxelas, 22 mar (Lusa) -- O presidente do Partido Socialista Europeu (PSE) considerou hoje uma "vergonha" que Jeroen Dijsselbloem, membro desta família política, tenha insultado "com uma só frase" tantas pessoas, e sublinhou que aquela posição "não representa o PSE".

"Com uma só frase, Dijsselbloem conseguiu insultar e desacreditar tantas pessoas e aumentar as divisões. As suas palavras são ofensivas tanto para os países do sul como do norte da Europa, mulheres e homens", comentou Sergei Stanishev numa declaração escrita, referindo-se às declarações do presidente do Eurogrupo sobre os países do sul gastarem dinheiro "em copos e mulheres".

Segundo o presidente do Partido Socialista Europeu, "as declarações de Dijsselbloem são simplesmente inaceitáveis, especialmente neste período tão crítico para o projeto de integração europeia", e a poucos dias da celebração do 60.º aniversário dos Tratados de Roma, no próximo sábado.

"É realmente uma vergonha que um representante da nossa família política contradiga a essência dos valores da unidade, respeito e solidariedade que são as fundações do projeto europeu", concluiu.

O Governo português, por intermédio do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, na terça-feira, e do primeiro-ministro, António Costa, hoje, já pediram o afastamento de Dijsselbloem da presidência do fórum de ministros das Finanças da zona euro, posição subscrita, também hoje em Bruxelas, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

"A Europa só será credível com um projeto comum no dia em que o senhor Djisselblom deixe de ser presidente do Eurogrupo e haja um pedido de desculpas claro, relativamente a todos os países e povos que foram profundamente ofendidos por estas declarações", disse hoje António Costa.

Numa entrevista concedida na segunda-feira ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, Dijsselbloem afirmou: "Durante a crise do euro, os países do norte mostraram solidariedade com os países afetados pela crise. Como social-democrata, atribuo uma importância extraordinária à solidariedade. Mas também deve haver obrigações: não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda".

 

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