Paulo Núncio diz que impostos excessivos são culpa de um Estado pesado

por Mário Aleixo - RTP
Paulo Núncio critica na Antena 1 alguns procedimentos da política económica do Governo Antena 1

Paulo Núncio, antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, diz que o peso excessivo do Estado é a causa dos portugueses pagarem mais impostos. Uma denúncia feita no programa Conversa Capital, da Antena 1 e Jornal de Negócios, este domingo.

Paulo Núncio, antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, defende uma redução da carga fiscal mas considera que "não pode haver redução de impostos sem redução da despesa pública". Para o ex-membro do Governo, entrevistado por Rosário Lira (Antena 1) e Susana Paula (Jornal de Negócios) o Estado pesa excessivamente na economia portuguesa e por isso os portugueses continuam a pagar impostos excessivos. No seu entender de uma "forma séria e credível" não se pode reduzir os impostos sem reduzir a despesa pública.



Desconfiança

Olhando para o programa do atual executivo Paulo Núncio mostra dúvidas sobre a alteração dos escalões do IRS e o englobamento. Considera que se o Governo optar por um englobamento total de todos os rendimentos sujeitos a taxas especiais, isso significará que muitos milhares de famílias portuguesas "vão sofrer um acrescimento significativo de IRS".

Rendimentos perdiais

Em concreto, relativamente ao eventual englobamento dos rendimentos prediais, taxados a 28%, Paulo Núncio diz que está surpreendido porque, a acontecer, significa uma "alteração substancial da política do Governo" em menos de 1 ano.

Progressão dos escalões do IRS

O antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais considera que não há margem para reforçar mais a progressividade nos escalões do IRS. Se isso acontecer, serão os mesmos a serem sobrecarregados, ou seja, os 10 por cento que já suportam 70 por cento do IRS em Portugal. A opção, no seu entender, deveria passar por reduzir todos os escalões para existir um alívio fiscal para todas as famílias.

Crescimento mediocre da economia

De resto lembra que Portugal tem tido "um crescimento medíocre" e que "todos os anos estamos a perder posição" e por isso é importante apostar numa política de competitividade fiscal que passa, nomeadamente, pela redução do IRC para os 17 por cento. "As empresas portuguesas sofrem uma carga fiscal pesadíssima".

Reservas em relação ao CDS

Relativamente ao CDS-PP, Paulo Núncio não avança com nomes para liderança do partido. Considera que o essencial nesta altura é analisar os erros cometidos, para voltar a ser um partido relevante. Paulo Núncio considera que a mensagem do CDS não passou e não foi entendida pelo eleitorado. Ou seja, o CDS não foi capaz de apresentar uma alternativa de centro direita e, mais do que isso, algumas propostas foram pouco credíveis.

Condições para recuperar

Para o futuro, o antigo governante considera que o partido tem condições para se reerguer, se apresentar uma proposta política mais consistente e mais credível. "Não pode estar entretido com a espuma dos dias".

Uma entrevista para ouvir na íntegra depois do notciáriod das 13h00 na Antena 1.


















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