Pedro Mazeda Gil explica elevado desemprego jovem com situação do mercado de trabalho

O especialista em crescimento e desenvolvimento e económico Pedro Mazeda Gil explica que o elevado desemprego jovem resulta da situação que o mercado de trabalho português apresenta desde o início da década e alerta para os efeitos desta conjuntura.

Sandra Henriques /

Foto: Francisco Bonilla/Reuters

“Trata-se de uma consequência natural daquilo que já se perspetivava ainda antes da atual crise económica, porque desde a anterior recessão de 2003/04 se tornou claro que o mercado de trabalho português estava enfermado de um dualismo que se foi agravando progressivamente, fruto nomeadamente de várias iniciativas legislativas que acabaram por excluir jovens e indivíduos com menores qualificações do mercado de trabalho seguro”, refere Pedro Mazeda Gil à Antena 1.

Ouvido pelo jornalista Nuno Rodrigues, o professor da Faculdade de Economia do Porto recorda que a partir de 2008 as pessoas com contratos precários foram as primeiras a ir para o desemprego. Os números do desemprego jovem de hoje resultam do acumular de todos estes fatores, e, mesmo agora que o mercado dá sinal de começar a recuperar, estas pessoas são as que têm mais dificuldade para arranjar emprego.

Pedro Mazeda Gil alerta ainda para as consequências do elevado desemprego jovem, designadamente a perda progressiva de competências destes jovens, a falta de oportunidade de melhorar o currículo, a desmotivação, e a maior dificuldade que vão ter ao longo da vida em progredir na carreira e conquistar salários mais elevados.

Os números do Instituto Nacional de Estatística a que a Antena 1 teve acesso mostram que os jovens entre os 15 e os 34 anos que estão desempregados há mais de dois anos são já mais de 115 mil, o que representa mais de 30 por cento do total dos desempregados nesta faixa etária.
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