Pedro Soares dos Santos triste pela falta de visão partilhada em áreas cruciais

O presidente da Jerónimo Martins manifestou-se hoje triste pela falta de visão partilhada dos políticos em áreas cruciais como a saúde, justiça ou ensino e apela para que "por amor de Deus" se encontre um entendimento.

Lusa /
Manuel de Almeida - Lusa

Pedro Soares dos Santos falava na conferência de imprensa dos resultados do grupo do ano passado, que decorreu na sede da empresa, em Lisboa.

Instado a comentar o facto de Portugal ter novas eleições legislativas, o gestor afirmou: "O que me deixa um bocado triste é não termos essa mesma visão partilhada em áreas cruciais que todos nós sabemos quais são, na saúde, na justiça, no ensino, enfim..."

E por "não termos uma base de visão partilhada sofremos o que estamos a sofrer este ano em ter mais umas eleições em três anos", prosseguiu.

"A única coisa que posso dizer nesta matéria: Por amor de Deus, não fiquemos fora da Europa nesta visão e neste desafio de não nos conseguirmos entender", apelou Pedro Soares dos Santos.

Quanto ao contexto geopolítico, o presidente do grupo que detém as cadeias de supermercados Pingo Doce, Biedronka e Ara considerou que, desde a pandemia, que este tem sido muito incerto.

"Desde o tempo da covid e do impacto que teve em toda" a cadeia de abastecimento "e na forma como todos investimos e olhamos para o mundo" que é incerto e "isso não desapareceu e não vai desaparecer esta instabilidade", apontou.

A Europa, considerou, "enfrenta realmente um grande desafio porque vai ter de perceber que vai ter que ter uma visão partilhada para o mundo onde está e não mais uma visão individual".

Aliás, "houve um sinal muito positivo na minha opinião na Europa" que foi na Alemanha, quando a CDU e os sociais-democratas "imediatamente alinharam-se depois das eleições".

Isto porque "perceberam que estarmos divididos nos assuntos mais importantes, não termos uma visão partilhada para os assuntos mais importantes para os maiores desafios que a Europa enfrenta é um grande erro", rematou.

O lucro do grupo caiu 20,8% no ano passado, face a 2023, para 599 milhões de euros, sendo que, em igual período, as vendas subiram 9,3% para 33.464 milhões de euros.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) subiu 2,9% para 2.232 milhões de euros.

Tópicos
PUB