Peso da energia no PSI 20 aumentará para 36% com EDP Renováveis
Lisboa, 31 Mai (Lusa) - O peso do sector da energia no PSI 20 pode aumentar para 36 por cento caso a EDP Renováveis venha a integrar o principal índice de referência da bolsa portuguesa, de acordo com cálculos feitos pela agência Lusa.
Depois de terminado o período de subscrição da EDP Renováveis, na sexta-feira passada, a empresa apresenta segunda-feira os resultados deste período de subscrição numa sessão especial de bolsa.
Nessa altura, irá saber-se o preço a que a empresa começará a negociar em bolsa, assim como se ela vai integrar o PSI 20 e a partir de quando.
Actualmente, o sector da energia, que integra a EDP, Galp e REN, pesa 29 por cento no conjunto da capitalização bolsista do PSI 20.
Com a possível entrada da EDP Renováveis, a energia passa a pesar 36 por cento no índice.
Os cálculos feitos pela agência Lusa assumiram um número de acções da EDP Renováveis de 225 milhões e um preço médio (8,15 euros) do intervalo 7,40 euros e 8,90 euros (definido no prospecto da operação pública de subscrição).
Além disso, as contas foram feitas retirando alternadamente a Semapa ou a Soares da Costa (as duas cotadas com maior probabilidade de abandonar o PSI 20) e recalculando os pesos dos 20 títulos do PSI já com a EDP Renováveis.
As novas regras da Euronext Lisboa prevêem uma revisão anual do índice (comunicada em Janeiro e efectivada em Fevereiro) para definir eventuais entradas e saídas de empresas do PSI 20.
Estas regras estabelecem ainda a possibilidade de revisões extraordinárias, nomeadamente a figura da "entrada rápida", quando uma nova empresa admitida à cotação o justifique em termos de capitalização bolsista e liquidez prevista.
A EDP Renováveis pode beneficiar desta última figura da "entrada rápida" para integrar o PSI 20 dentro de pouco tempo.
A inclusão da EDP Renováveis implica a saída de uma outra empresa, ou seja, aquela que tiver o menor "turnover" (quantidade média de negociação diária), de acordo com as regras da Euronext para o PSI 20.
João Lampreia, da OK 2Deal, disse à agência Lusa que espera que seja a Semapa a abandonar o índice de referência da bolsa portuguesa.
João Queirós, da LJ Carregosa, adiantou à Lusa que "a probabilidade é que saia a Semapa ou a Soares da Costa, tendo em conta a actual liquidez e a frequência de transacção".
Quer seja a Semapa ou a Soares da Costa a sair do índice, a EDP Renováveis deve entrar com um peso próximo de 6 por cento.
A entrada da EDP Renováveis implica necessariamente uma reorganização do índice, visto tanto a Semapa como a Soares da Costa terem actualmente pesos de 0,52 por cento e 0,18 por cento, respectivamente.
A EDP Renováveis pode vir a ter uma capitalização bolsista de quase dois mil milhões de euros, figurando entre as sete maiores empresas do índice, de acordo com o número de acções que contam para o cálculo do índice.
IRE/TSM.