Petrolífera estatal desmente despedimento de milhares de trabalhadores
Caracas, 10 Jan (Lusa) - A empresa petrolífera estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) desmentiu na sexta-feira, ter despedido milhares de trabalhadores subcontratados para enfrentar a crise financeira mundial e acatar as instruções de corte na produção da OPEP.
Num comunicado a que a Agência Lusa teve acesso, Eulógio Del Pino, vice-presidente de Exploração e Perfuração da PDVSA acusa os sindicalistas de atacar com "falsidades" aquela empresa ao denunciar o despedimento de quase 4.000 trabalhadores subcontratados e a paralisação de 17 perfuradoras.
O documento explica que a 28 de Dezembro último "ocorreu o termo natural de um contrato com a empresa San António Internacional de três perfuradoras que faziam operações para Petroboscán e por isso uma equipa de alto nível negoceia a continuação ou não do mesmo".
Segundo Eulógio Del Pino a "renegociação deste e qualquer contrato estará baseada na redução de custos que possam oferecer as empresas de serviços" e que "em 2008 ante o aumento dos preços do crude as empresas aumentaram os custos das suas operações até 40 por cento pelo que perante a recente queda do preço do barril é necessário adaptá-los ao cenário internacional actual".
Na última quinta-feira, trabalhadores subcontratados protestaram na cidade de Maracaibo (800 quilómetros a oeste de Caracas) por alegados despedimentos associados a uma redução na produção diária de crude.
Rafael Zambrano, dirigente de Fedepetrol, denunciou que entre 3.000 e 4.000 trabalhadores foram despedidos no Estado de Zúlia (800 quilómetros a oeste de Caracas) desde finais de 2008.
Por outro lado, a Confederação de Trabalhadores da Venezuela denunciou que o número de despedidos poderiam ascender a 10.000.
A PDVSA anunciou, na última quarta-feira, que reduziu os "volumes usuais" de crude que exporta para as refinarias norte-americanas Chalmette e Sweeney, tendo como propósito dar cumprimento ao corte na produção de crude ordenado em Dezembro pela OPEP.
"Ao corte, de 189 mil barris diários, com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2009, somam-se as reduções de produção de 46 mil barris diários e 129 mil barris diários implementados pela PDVSA em atenção aos acordos da OPEP, alcançados durante as reuniões de Setembro e Outubro de 2008, para uma diminuição total geral de 364 mil barris diários de crude, o que coloca a produção actual do país em 3.011 mil barris diários", explicou a empresa num comunicado.
Segundo diversos analistas petrolíferos, a Venezuela produz actualmente 2,6 milhões de barris diários de crude. Nos cálculos da OPEP, a Venezuela produz diariamente 2,4 milhões de barris de petróleo.
FPG