Em conferência de imprensa para apresentar o negócio da compra de 12 hipermercados Carrefour num investimento de 662 milhões de euros, Nuno Jordão esclareceu que a expansão da Sonae Distribuição, líder de mercado, vai ser potenciada com os 11 licenciamentos para projectos de hipermercados que o grupo francês detém.

Estes 11 projectos em carteira do Carrefour, dos quais dois já em construção em Valongo e Famalicão, representam investimentos de cerca de 300 milhões de euros, segundo o presidente da Comissão Executiva da área de distribuição do grupo de Belmiro de Azevedo.

Estes estabelecimentos vão passar da marca Carrefour, que desaparece de Portugal, para a marca Continente, embora o responsável não afaste a possibilidade de adoptar outras das suas insígnias em casos específicos de proximidade de hipermercados, ou de exigência da Autoridade da Concorrência, de quem espera uma resposta positiva à concretização do negócio.

A Sonae Distribuição já tinha anunciado um plano de investimento a três anos, de 200 milhões de euros por ano, em 80 lojas de vários formatos e que implica a criação anual de cerca de 1.500 novos postos de trabalho.

Esta operação permite "ganhos de escala, principalmente na parte logística" e nas marcas próprias onde é obtida "uma vantagem competitiva face aos oito ou nove retalhistas internacionais" concorrentes, explicou Nuno Jordão.

Além da "alocação de verbas para investigação e inovação de produtos", a compra das unidades Carrefour vai trazer "vantagens para os consumidores portugueses em variedade e qualidade de produtos e serviços e também em melhores preços", acrescenta.

Quanto à internacionalização, a compra do Carrefour não altera nada dos planos de instalação em Espanha das insígnias não alimentares Sport Zone e Worten, garantiu Nuno Jordão.

As lojas de discount Minipreço, da Dia Portugal, empresa do grupo Carrefour, não estão incluídas no negócio hoje concretizado com a Sonae Distribuição.

O negócio respeita a 12 hipermercados em todo o país e a oito postos de abastecimento de combustível.

Nuno Jordão salienta que pretende continuar com o desenvolvimento dos postos de gasolina, nas futuras unidades, pois este é um negócio que "tem sucesso", tendo o Carrefour facturado 88 milhões de euros no ano passado, nesta área.

"As coisas correm bem e tenho uma visão positiva das condições de exploração deste segmento", salientou o presidente executivo da Sonae Distribuição.

Também os projectos de espaços comerciais afectos aos hipermercados vão manter-se, frisou Nuno Jordão.

Os 12 hipermercados Carrefour existentes registaram vendas de 443 milhões de euros em 2006 e têm 2.500 trabalhadores.

O grupo Sonae Distribuição, com 142 lojas de retalho alimentar e 2,2 mil milhões de euros de facturação, tem cerca de 25 mil trabalhadores, ocupa o primeiro lugar do ranking do retalho alimentar, com 25 por cento, em termos de área, enquanto o Carrefour está em sétimo lugar, com quase cinco por cento.