Plataforma chinesa de IA Manus vai integrar grupo Meta após acordo de aquisição
A chinesa Manus anunciou hoje que vai integrar o grupo norte-americano Meta, mantendo a operação em Singapura, para reforçar o desenvolvimento tecnológico e a expansão global da plataforma de agentes de inteligência artificial (IA).
Num comunicado publicado no seu portal, a empresa indicou estar "prestes a juntar-se à Meta", mantendo a oferta de produtos e subscrições através da aplicação, bem como a sede operacional em Singapura, para onde se transferiu nos últimos anos.
A Manus desenvolve agentes de IA -- sistemas capazes de planear, decidir e executar ações encadeadas a partir de instruções gerais do utilizador -- numa abordagem distinta dos `chatbots` tradicionais, que reagem a cada interação de forma isolada.
Estes agentes são capazes de analisar informação, navegar na Internet, usar ferramentas digitais e concluir tarefas de forma autónoma, sem intervenção humana contínua.
Segundo a empresa, desde o seu lançamento, a plataforma processou mais de 147 biliões de `tokens` e criou mais de 80 milhões de "computadores virtuais", permitindo aos agentes executar tarefas em ambientes simulados.
A Manus sustentou que a integração na Meta irá reforçar a posição da plataforma na chamada "camada de aplicação" da IA, ao transformar capacidades avançadas em sistemas escaláveis aplicáveis em cenários reais.
O diretor executivo da Manus, Xiao Hong, afirmou que o acordo permitirá crescer "sobre uma base mais sólida e sustentável", sem alterar o modelo de funcionamento ou os processos de decisão da empresa, com o foco centrado na melhoria contínua do produto e na expansão dos serviços.
A Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, adiantou que irá integrar a tecnologia da Manus nos seus próprios produtos, mantendo simultaneamente a comercialização externa do serviço, sem divulgar os valores financeiros da operação.
De acordo com o jornal chinês The Paper, Liu Yuan, sócio da ZhenFund -- uma das firmas chinesas de capital de risco investidoras na Manus --, considerou tratar-se da "terceira maior aquisição da Meta desde a sua fundação", apenas superada pelas compras do WhatsApp e da Scale AI.
Fundada nos EUA por Mark Zuckerberg, a Meta tem apostado fortemente na IA como pilar da sua estratégia de crescimento.
A Manus foi inicialmente desenvolvida pela empresa Butterfly Effect, criada na China e mais tarde transferida para Singapura.
A plataforma ganhou notoriedade em março com uma versão preliminar do seu assistente -- apresentado como um agente de IA de uso geral -- cujo acesso por convite gerou forte procura e colocou a empresa no centro das atenções do setor tecnológico.
A operação enquadra-se na estratégia da Meta de reforço das capacidades de IA, num contexto de concorrência global intensa, ao mesmo tempo que a China continua a promover o desenvolvimento de tecnologias próprias nesta área, apesar das restrições e controlos regulatórios existentes.