Economia
Pneus usados com falhas graves de segurança
Pneus com rasto abaixo dos limites legais definidos, pneus furados não reparados, profundidades desiguais em várias zonas de medição do rasto do mesmo pneu, pneus com remendos laterais, com rasgões ou com a estrutura metálica visível foram algumas das situações encontradas em cerca de 90 pneus usados. A DECO exige uma lei para regular o setor.
A DECO, a Associação de Defesa do Consumidor avisa que comprar pneus usados é um mau negócio e põe em causa a segurança rodoviária.
A conclusão está num estudo que a DECO realizou. Dos 89 pneus usados que a associação comprou em lojas em Portugal, 50 tinham falhas graves de segurança que deviam impedir a sua venda.
Lei para regular setor
"Havia pneus com rastos abaixo dos limites legais, pneus furados e com remendos laterais, e muitos tinham mais de dez anos". A associação do consumidor exige uma lei para regular o setor.
“Os operadores não fazem a ideia de noções básicas legais e de segurança, relativas a pneus usados. Pedimos, por isso, a criação de um quadro legal específico, como já existe noutros países, protegendo os consumidores, e que obrigue, por exemplo, à triagem obrigatória dos pneus usados vendidos, responsabilize os operadores ou crie a obrigatoriedade da rastreabilidade da origem dos pneus usados à venda”, diz a associação do consumidor.

“A possibilidade de adquirir um produto que respeite os critérios de segurança parece ser uma questão de sorte. A aleatoriedade da qualidade e da segurança dos pneus vendidos é total. Um operador que, hoje, venda pneus que deviam há muito ter sido eliminados das lojas, amanhã poderá vender outros em condições aceitáveis para a sua reutilização”, refere a DECO.
A associação de defesa do consumidor vai requerer às autoridades de segurança e prevenção rodoviárias que passem a incluir, nos respetivos autos de acidentes de trânsito, informações sobre o estado e, quando possível, sobre a natureza dos pneus utilizados pelas viaturas envolvidas.

A DECO vai pedir ainda à ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) que desencadeie medidas visíveis de fiscalização, de modo a que haja um reforço da segurança dos consumidores.
O site da RTP contactou esta entidade que nos referiu que o âmbito das suas competências diz respeito apenas à gestão de resíduos, que tem como objetivos: "a prevenção da produção destes resíduos, a recauchutagem, a reciclagem e outras formas de valorização, por forma a reduzir a quantidade de resíduos a eliminar, bem como a melhoria do desempenho ambiental de todos os intervenientes durante o ciclo de vida dos pneus".
Neste âmbito, esta entidade adiantou que de janeiro de 2013 a julho de 2015, “a ASAE, no âmbito das suas competências de fiscalização, gestão de resíduos, procedeu à inspeção de 444 agentes económicos, neste âmbito”.
Falta de gestão de resíduos
A mesma entidade referiu que foram detetadas 113 infrações, “das quais se destacam a falta de sistema de gestão de resíduos e o exercício não licenciado das operações de gestão de resíduos, como as mais frequentes”.
Além do teste à segurança, a DECO quis ainda perceber se a compra de pneus usados é rentável para os consumidores e concluiu que é “um mito”.
Para esta associação, o investimento inicial em pneus novos compensa muito mais. “Para valer a pena, o piso do pneu usado tem de ter cerca de 4,5 mm de profundidade mínima (os novos têm 8 mm)”.

Também a ACAP (Associação Automóvel de Portugal) e a Comissão Especializada de Produtores de Pneus, com o apoio das autoridades, têm realizado diversas campanhas com o objetivo de sensibilizar o consumidor para os riscos inerentes à utilização de pneus usados, não controlados e de origem desconhecida.
A ACAP considera que o barato pode sair caro. “Existe um risco associado à aquisição de pneus usados, ainda que visivelmente em bom estado, especialmente os que têm um passado desconhecido ou duvidoso”.
“Ao comprar pneus usados, não controlados, o consumidor pode incorrer em riscos de segurança, pela perda das qualidades originais e danos não visíveis do pneu, risco de ilegalidade, se o pneu não tiver a profundidade mínima de lei, risco de perda de dinheiro por gastos imprevistos e até risco de afetar o ambiente”, alerta a ACAP.
A conclusão está num estudo que a DECO realizou. Dos 89 pneus usados que a associação comprou em lojas em Portugal, 50 tinham falhas graves de segurança que deviam impedir a sua venda.
Lei para regular setor
"Havia pneus com rastos abaixo dos limites legais, pneus furados e com remendos laterais, e muitos tinham mais de dez anos". A associação do consumidor exige uma lei para regular o setor.
“Os operadores não fazem a ideia de noções básicas legais e de segurança, relativas a pneus usados. Pedimos, por isso, a criação de um quadro legal específico, como já existe noutros países, protegendo os consumidores, e que obrigue, por exemplo, à triagem obrigatória dos pneus usados vendidos, responsabilize os operadores ou crie a obrigatoriedade da rastreabilidade da origem dos pneus usados à venda”, diz a associação do consumidor.
“A possibilidade de adquirir um produto que respeite os critérios de segurança parece ser uma questão de sorte. A aleatoriedade da qualidade e da segurança dos pneus vendidos é total. Um operador que, hoje, venda pneus que deviam há muito ter sido eliminados das lojas, amanhã poderá vender outros em condições aceitáveis para a sua reutilização”, refere a DECO.
A associação de defesa do consumidor vai requerer às autoridades de segurança e prevenção rodoviárias que passem a incluir, nos respetivos autos de acidentes de trânsito, informações sobre o estado e, quando possível, sobre a natureza dos pneus utilizados pelas viaturas envolvidas.
A DECO vai pedir ainda à ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) que desencadeie medidas visíveis de fiscalização, de modo a que haja um reforço da segurança dos consumidores.
O site da RTP contactou esta entidade que nos referiu que o âmbito das suas competências diz respeito apenas à gestão de resíduos, que tem como objetivos: "a prevenção da produção destes resíduos, a recauchutagem, a reciclagem e outras formas de valorização, por forma a reduzir a quantidade de resíduos a eliminar, bem como a melhoria do desempenho ambiental de todos os intervenientes durante o ciclo de vida dos pneus".
Neste âmbito, esta entidade adiantou que de janeiro de 2013 a julho de 2015, “a ASAE, no âmbito das suas competências de fiscalização, gestão de resíduos, procedeu à inspeção de 444 agentes económicos, neste âmbito”.
Falta de gestão de resíduos
A mesma entidade referiu que foram detetadas 113 infrações, “das quais se destacam a falta de sistema de gestão de resíduos e o exercício não licenciado das operações de gestão de resíduos, como as mais frequentes”.
Além do teste à segurança, a DECO quis ainda perceber se a compra de pneus usados é rentável para os consumidores e concluiu que é “um mito”.
Para esta associação, o investimento inicial em pneus novos compensa muito mais. “Para valer a pena, o piso do pneu usado tem de ter cerca de 4,5 mm de profundidade mínima (os novos têm 8 mm)”.
Também a ACAP (Associação Automóvel de Portugal) e a Comissão Especializada de Produtores de Pneus, com o apoio das autoridades, têm realizado diversas campanhas com o objetivo de sensibilizar o consumidor para os riscos inerentes à utilização de pneus usados, não controlados e de origem desconhecida.
A ACAP considera que o barato pode sair caro. “Existe um risco associado à aquisição de pneus usados, ainda que visivelmente em bom estado, especialmente os que têm um passado desconhecido ou duvidoso”.
“Ao comprar pneus usados, não controlados, o consumidor pode incorrer em riscos de segurança, pela perda das qualidades originais e danos não visíveis do pneu, risco de ilegalidade, se o pneu não tiver a profundidade mínima de lei, risco de perda de dinheiro por gastos imprevistos e até risco de afetar o ambiente”, alerta a ACAP.