"Pode ter parecido", "mas não houve contradições da minha parte", diz Maria Luís Albuquerque

Lisboa, 28 nov (Lusa) - A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, reiterou hoje que "pode ter parecido" mas nunca entrou em contradições nos seus depoimentos na comissão de inquérito aos `swap` e sublinhou que teve possibilidade de o comprovar com documentos.

Lusa /

"Ficou amplamente demonstrado das vezes em que cá estive que não houve contradições, pode ter parecido que houve por documentos que foram entretanto divulgados, mas quando cá vim tive a possibilidade de demonstrar, até com documentos, por que é que não houve contradições da minha parte", disse Maria Luís Albuquerque no Parlamento.

A ministra respondia desta forma à deputada socialista Ana Catarina Mendes, que escolheu a palavra "inédito" para classificar as três idas da ministra ao Parlamento para prestar esclarecimentos sobre o caso dos `swap` e afirmou que "as declarações [de Maria Luís Albuquerque] ao longo das audições foram erráticas e contraditórias".

A questão da contradição nas declarações da ministra das Finanças não é nova e surgiu no decorrer dos trabalhos da comissão parlamentar de Inquérito aos `swap`, sobretudo sobre se Maria Luís Albuquerque tinha condições para avançar para a solução do problema, logo que tomou posse.

"Se tivesse sido alertada a 30 de junho [de 2011] era capaz de ter atuado um pouco mais cedo", disse Maria Luís Albuquerque, a 25 de junho, quando foi ouvida pela primeira vez, ainda como secretária de Estado do Tesouro.

As contradições começaram desde logo entre Maria Luís Albuquerque e os seus antecessores no ministério das Finanças, com a primeira a dizer que "na transição de pastas, nada foi referido a respeito desta matéria" [swap] e adensaram-se quando o ex-diretor-geral do Tesouro e Finanças Pedro Felício disponibilizou ao Parlamento uma troca de e-mails, no verão de 2011, que já continha extensa informação sobre `swap` e indicava uma perda potencial de 1,5 mil milhões de euros.

De novo chamada à comissão a 30 de julho com caráter de urgência, a pedido dos partidos da oposição (PS, PCP e BE) por alegadas "contradições e omissões", Maria Luís Albuquerque garantiu então que nunca mentiu e frisou que a informação que obteve quando tomou posse "foi solicitada por si própria" e era "insuficiente para agir de imediato".

Já hoje a mesma ideia foi repetida pela governante: "As questões anteriores pareciam indicar que me foi entregue um diagnóstico do problema. Indicavam um problema, mas não era um diagnóstico, a informação não era clara e suficiente".

Tópicos
PUB