Portais de DN, TSF e Dinheiro Vivo voltam a publicar notícias 36 horas depois

Os portais de Diário de Notícias, TSF e Dinheiro Vivo voltaram hoje a publicar notícias por volta das 13:00, depois de mais de 36 horas sem novas entradas, após a cessação de um contrato limitar as ferramentas de publicação.

Lusa /

Conforme verificado nos três portais, a linha editorial `online` foi limitada entre as 00:00 de dia 01 de janeiro e cerca das 13:00 de hoje. Fonte de um destes órgãos de comunicação social explicou que as peças que saíram neste período já estavam programadas.

"O `site` da TSF ainda não pode ser atualizado, situação que persiste desde a madrugada de 01 de janeiro de 2024, quando, devido à cessação de contrato, deixaram de estar disponíveis todas as ferramentas da atual plataforma", referia uma nota assinada pelo Conselho de Redação (CR) e pela Comissão de Trabalhadores (CT) da emissora, divulgada durante a manhã de hoje.

No documento, as duas entidades de representação de trabalhadores lamentaram que jornalistas, técnicos, animadores e trânsito da TSF não tivessem acesso às ferramentas de `back-office` que permitem "editar e atualizar a página da TSF online, em tsf.pt, com elevados prejuízos para os leitores, ouvintes e, por consequência, para a imagem da TSF, rádio líder no digital".

Os dois organismos de representação dos trabalhadores apontaram que antes do fim do ano alertaram a direção e os responsáveis pela área para os riscos de uma transição sem o garante de condições de segurança e salvaguarda de bom funcionamento do `site`, alertando que o arquivo `online` poderá ser afetado.

Agora, fonte de um destes portais do Global Media Group (GMG) afirmou que os trabalhadores ainda não sabem a duração desta solução.

Na sexta-feira, as redações dos órgãos de comunicação social Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e TSF aprovaram a realização de uma greve a 10 de janeiro, depois de, no dia anterior, a administração do grupo ter informado os trabalhadores de que não tem condições para pagar os salários referentes a dezembro e que a situação financeira é "extremamente grave".

No pré-aviso de greve, os trabalhadores exigem "o pagamento imediato" dos salários em falta e do subsídio de Natal e da remuneração devida aos trabalhadores independentes (recibos verdes), recordando que "muitos dos prestadores de serviço" que trabalham para o grupo tiveram de "recorrer à solidariedade de jornalistas para poderem sobreviver".

Simultaneamente, instam a comissão executiva do GMG a pôr "termo imediato a qualquer processo que determine a cessação de contratos de trabalho".

A administração é acusada de pautar "a sua conduta por contradições entre o que anunciou fazer e o que tem feito" desde que tomou posse, há pouco mais de dois meses, e instada a focar-se "no investimento e na melhoria das condições de trabalho" para fazer crescer o grupo e assegurar "uma efetiva liberdade de informação de todos os cidadãos".

A comissão executiva do GMG -- consideram -- "não tem correspondido aos padrões que a gestão de um grupo de media exige".

No domingo, o SJ desafiou os acionistas do GMG a destituírem a comissão executiva, por declarações "lesivas para os interesses" do grupo.

Acionistas e comissão executiva têm trocado acusações e ameaças, enquanto os trabalhadores estão sem receber o salário de dezembro e o subsídio de Natal e os prestadores de serviços sem os pagamentos que lhes são devidos.

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