Portugal e Moçambique pedem renovação do mandato da missão da UE
Os governos português e moçambicano pediram hoje a renovação do mandato da missão de assistência militar da União Europeia em Moçambique, liderada por Portugal e que apoia, com formação, o combate ao terrorismo em Cabo Delgado, no país africano.
"Os chefes de Governo manifestaram a expetativa de que o mandato da EUMAM-Moçambique, que termina a 30 de junho de 2026, seja renovado, preferencialmente por um período não inferior a dois anos e adaptado às necessidades do terreno", refere-se na declaração final da sexta cimeira Portugal Moçambique, que decorreu hoje, no Porto, na presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do Presidente moçambicano, Daniel Chapo, além de cerca de vinte ministros, dos dois governos.
Acrescenta-se que, "nesse contexto, o chefe de Governo português enalteceu os esforços das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado" e "destacou o contributo prestado" pela Missão de Assistência Militar da União Europeia (EUMAM-Moçambique), "designadamente ao nível da formação das Forças de Reação Rápida moçambicanas, em apoio aos esforços de estabilização e de promoção da segurança naquela província" do norte do país.
As duas delegações, lê-se na declaração final, "reiteraram o compromisso de trabalhar conjuntamente para uma resposta abrangente, integrada e sustentável no combate ao terrorismo, indo para além das operações militares, visando a promoção do desenvolvimento inclusivo e sustentável, através de projetos e programas para a melhoria da situação económica e social das populações, particularmente na região norte de Moçambique".
Após "ações bárbaras e desumanas perpetradas por grupos terroristas", os dois governos "reiteraram a sua total solidariedade para com as vítimas desses ataques, manifestando o propósito de aprofundar a cooperação bilateral nos domínios da defesa e segurança", mas também "nas vertentes da ajuda humanitária e do desenvolvimento, para melhor responder aos desafios impostos pelo extremismo violento e às necessidades das populações diretamente afetadas por este flagelo".
Mais de 500 militares moçambicanos foram formados desde 01 de setembro de 2024 pela EUMAM-Moçambique, segundo balanço do primeiro ano de atividade da missão, liderada por Portugal.
A EUMAM-MOZ, que se seguiu à missão de treino no âmbito da parceria militar da União Europeia com Moçambique iniciada em 2021, implementou durante este primeiro ano de atividade 16 programas de capacitação de militares moçambicanos, "em estreita colaboração" com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), referiu anteriormente, em comunicado.