PR cabo-verdiano diz que problemas em África são reflexo de uma tendência global

por Lusa

O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, afirmou hoje que as crises que o continente africano atravessa estão relacionadas com problemas globais, com "fenómenos idênticos" associados a populismos, polarização política ou extremismos.

Em declarações à Lusa, em Adis Abeba onde participa na 36.ª Cimeira da União Africana, José Maria Neves admitiu uma degradação da insegurança no continente, com vários golpes de Estado, guerras civis, conflitos comunitários e entre Estados, mas disse que essa tem sido a forma como se manifesta em África uma tendência global.

Esta "degradação não acontece só em África, há um pouco problemas em todo o mundo", e estamos "quase a reviver a situação do mundo há um século", no período da ascensão dos extremismos entre as duas grandes guerras.

"Após a pandemia, tivemos a estagflação, tivemos o aumento do desemprego, tivemos conflitos", explicou, salientando que o mundo é hoje uma aldeia global de cidadania partilhada.

"Acho que há uma grande interpenetração neste momento, com o enorme desenvolvimento dos transportes e das telecomunicações", disse, considerando que "há uma grande integração entre os países e continentes e o que se passa no mundo tem reflexos em África e o que se passa em África tem reflexo no mundo".

Hoje, começa-se "a ver sinais e a ver fenómenos idênticos em vários espaços geopolíticos e é claro que, em cada espaço, com as suas características próprias, tendo em conta as dinâmicas sociais, económicas e políticas" de cada território, salientou o chefe de Estado cabo-verdiano.

"É evidente que o que se passa em África hoje tem muito a ver com o que se passa no mundo e vice-versa", reconheceu.

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