PR Lula da Silva promete aumentar receita fiscal sem elevar impostos
São Paulo, Brasil, 21 Jan (Lusa) - O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu hoje aumentar a receita fiscal este ano, sem aumentar impostos, graças ao crescimento da economia e à eficiência do sistema fiscal.
"Não vamos aumentar imposto. Não queremos aumentar imposto, mas vamos aumentar a eficiência da cobrança de impostos", salientou Lula da Silva, no seu programa semanal de rádio "Café com o Presidente".
"Tem muita gente que não paga imposto e ainda se queixa que o imposto é alto. Então o que nós queremos é que todos paguem, porque, quando todos pagarem, aí todos podem pagar menos", disse.
O Governo de Lula da Silva tem procurado formas de aumentar as receitas fiscais e de diminuir as despesas para compensar o fim de um importante imposto, cobrado a partir de operações financeiras.
Chamada popularmente "imposto do cheque", a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que arrecadava 0,38 por cento de operações bancárias, foi extinta no fim de Dezembro de 2007, pelo Senado.
A extinção do imposto, uma das maiores derrotas políticas do presidente Lula da Silva, segundo analistas políticos, reduziu a arrecadação do Governo em pelo menos 40 mil milhões de reais (15,4 mil milhões de euros) este ano.
A diminuição da receita decorre num momento em que aliados de Lula da Silva fazem pressão para aumentar os gastos públicos, nomeadamente por causa das eleições autárquicas de Outubro deste ano, que vão influenciar a próxima disputa presidencial, em 2010.
No início deste ano, o Governo de Lula da Silva anunciou o aumento de dois impostos, como forma de compensar o fim da CPMF, o que foi duramente criticado pela oposição.
No seu programa de rádio, Lula da Silva salientou ainda que a receita fiscal aumentará por causa do crescimento da economia este ano, que deverá ser de cerca de cinco por cento do Produto Interno Bruto (PIB), semelhante ao de 2007.
No ano passado, a arrecadação de impostos ascendeu a 600 mil milhões de reais (231 mil milhões de euros), um aumento de 11 por cento em relação a 2006.
"Ora, se estamos com crescimento económico no país, se as empresas tiveram mais lucros, se houve aumento salarial, houve combate à evasão fiscal, abertura de capitais de empresas no mercado de acções, intensificação do controlo sobre declarações, tudo isso contribui para a gente aperfeiçoar o sistema", sublinhou o presidente.
Lula da Silva salientou ainda que a economia precisa continuar a crescer em 2008 para garantir a quantidade de empregos de que o Brasil necessita.
No ano passado, foram criados 1,67 milhões de empregos formais, um aumento de 31,6 por cento em relação a 2006 e o melhor resultado dos últimos 42 anos, realçou o presidente.
"É isso que eu quero que continue acontecendo no Brasil: crescimento económico, aumento da criação de empregos, aumento da massa salarial, aumento do poder de compra do povo. Porque é isso que o povo brasileiro precisa para ser feliz", disse Lula da Silva.
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