Esta segunda-feira há novas mexidas nos preços dos combustíveis. O gasóleo sobe seis cêntimos e a gasolina meio cêntimo. É um dos maiores aumentos das últimas semanas. O ministro das Finanças afirma que o Governo está atento e pronto para agir, se for necessário.
Governo preparado para agir
“Nós estamos a avaliar e temos de avaliar o que é que vai acontecer do ponto de vista da evolução dos preços, se estamos num pico excecionalmente temporário que depois regressa ou se não estamos”, afirmou Fernando Medina a jornalistas portugueses no final da reunião dos ministros das Finanças da União Europeia, que decorreu em Santiago de Compostela, no âmbito da presidência espanhola da UE. O governante recordou que o Executivo já deu “mostras de capacidade e vontade de agir no sentido da proteção das famílias, quando tal se torna absolutamente necessário”.
A posição surge depois de, no início de setembro, o Governo ter decidido manter inalterados, este mês, os descontos no imposto sobre os produtos petrolíferos em 13,1 cêntimos por litro no gasóleo e 15,3 na gasolina e a suspensão da atualização da taxa de carbono. Entre as medidas em vigor está o desconto no ISP equivalente a uma descida da taxa do IVA de 23 para 13 por cento, bem como a compensação, através do imposto sobre os produtos petrolíferos, da receita adicional do IVA que resulta do aumento do preço dos combustíveis.
No entanto, Fernando Medina considera que é necessário “perceber se esta é uma dinâmica e um pico, que se está a colocar, e os mercados de certa forma indicam que é essa a situação”.
“Quando os preços aumentaram muito, o Governo adotou um conjunto de medidas em particular relativamente à eliminação da taxa de carbono, mas foi sempre assumido que era uma medida temporária”, recordou.
Além disso, continuou o ministro das Finanças, “quando os preços começaram a subir de forma mais significativa nas últimas semanas, foi interrompido o processo de subida da taxa de carbono e, por isso, não está a haver nenhuma subida de carga fiscal”.Marcelo a contar com Governo atento
Em visita ao Canadá, o presidente da República apontou, por sua vez, que o Governo está atento ao aumento do preço dos combustíveis.
“Certamente está a preparar medidas, ou pelo menos, formas de mitigar a situação. Porque é uma situação que está a pesar muito na inflação em Portugal e noutros países europeus”, frisou.
O chefe de Estado relembrou ainda que em Portugal a inflação “ainda é relativamente baixa, mas dentro da nossa inflação não há dúvida que os combustíveis, como na Europa e no mundo, estão outra vez a pesar muito”.
ANAREC defende descida da carga fiscal
A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis defende a descida da carga fiscal. A vice-presidente da ANAREC, Mafalda Trigo, lembra que os aumentos de preços afetam todos os setores.
“A subida que vai acontecer não tem a ver com o aumento de impostos do Governo. Mas a aumentar, há um aumento de impostos pela receita do IVA”, esclareceu Mafalda Trigo. Para a Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis, este novo aumento “afeta toda a gente. Leva a que toda a gente tenha mais dificuldade em circular a sua viatura”.
“Vai levar a um aumento também da inflação, porque tudo aumenta, quando aumenta o combustível”, acrescentou.
Segundo Mafalda Trigo, se o Governo “reduzisse a carga fiscal, por cada litro iria receber menos. Mas, como iria ter um aumento substancial do número de litros, acabava pela receita ser superior”.
Preços atualizados
Nos postos de abastecimento, os novos valores entraram em vigor logo pela manhã. A reportagem da RTP esteve numa bomba de gasolina, onde constatou que os consumidores estavam informados sobre a subida dos preços.