Presença portuguesa na Semana de Moda de Madrid

A participação portuguesa na edição deste ano da Semana Internacional de Moda de Madrid (SIMM), a sua maior de sempre e quase o dobro da de 2004, foi hoje +inaugurada+, com um desfile de apresentação.

Agência LUSA /

Um grupo de 49 firmas portuguesas participa na edição da SIMM deste ano, com um espaço total de exposição de quase mil metros quadrados, comparativamente às 31 firmas em 314 metros quadrados na edição de 2003.

Desse total, 28 firmas integram um projecto de parceria da Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção (ANIVEC/APIV) e do ICEP que, através do Programa de Incentivos à Modernização da Economia (PRIME) quer internacionalizar marcas portuguesas de vestuário, nomeadamente nos mercados da Escandinávia (Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia), Espanha, Rússia e China.

Desde sexta-feira, a abertura da SIMM, e até segunda-feira próxima, as marcas portuguesas participam em quatro desfiles diários, elementos centrais para atrair compradores e visitantes à SIMM aos espaços ocupados pelas firmas portuguesas.

Alves/Gonçalves, Carlo Visconti, D+Assenta, Dielmar, Diniz&Cruz, Dunil, Enriço Silvanni, Gianfranco, Grasil Uomo, Hydrogen, Olhamar, Oxford, Pierlorenzo, Pietrinni, Soporcol, Torre e Vándoma são as 17 empresas de vestuário masculino que integram o "Espaço Homem" da feira.

Jotex, Onara, Anne Gilden, Habitus, Peter Murray, 1964 Collection, Concreto, Cristina Félix, Diparra, Noiva e Nortada são, por sua vez, as 11 marcas de vestuário feminino que fazem parte da restante comitiva portuguesa apoiada pela ANIVEC/APIV e o ICEP Portugal.

O desfile de hoje contou com uma forte presença da imprensa internacional, bem como a participação de importantes compradores do mercado espanhol.

Para os organizadores, como explicou à Lusa Orlando Lopes da Cunha, presidente da ANIVEC/APIV, a maior participação portuguesa e a iniciativa dos desfiles, feita em conjunto com o projecto "Portugal Fashion", foi já "um êxito".

"No mercado de marca, Espanha é o mercado mais importante.

Queremos e devemos continuar a aposta na moda e no vestuário", frisou.

"Não vamos resolver o problema do sector têxtil, porque isto é apenas uma fracção desse sector, mas o componente do vestuário e da moda é hoje um núcleo dinamizador que demonstra que na inovação, no valor acrescentado e na qualidade, Portugal tem hipóteses de crescer", sublinhou ainda.

Apostando na proximidade, o sector de vestuário português representa já 10 por cento das exportações nacionais, com uma tendência crescente que os industriais do sector querem acentuar, virando-se ainda mais para a Europa e para o arco mediterrânico.

Segundo Orlando Cunha, trata-se de responder, "com a qualidade pela qual Portugal é internacionalmente conhecido", a pressões que o sector tem vindo a sentir com a maior expansão de produtos chineses.

No sentido de expandir ainda mais as exportações do sector, a ANIVEC/APIV solicitou recentemente ao governo português apoio na realização de cursos de formação em línguas (russo, espanhol e árabe) para os industriais portugueses.

Ao mesmo tempo espera que, até ao final do ano, seja conhecida a decisão sobre a continuidade ou não do projecto que trouxe estas firmas a Madrid.

"Estamos convencidos que a resposta será positiva, em particular porque os resultados têm sido bastante positivos. A informação do ICEP é de que as acções que temos vindo a desenvolver deverão ter continuidade", afirmou Cunha.

Manuel Teixeira, vice-presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), que se associa à iniciativa, explicou à Lusa que se tornou evidente a importância da SIMM para as exportações portuguesas.

"O interesse das empresas tem aumentado, e há sinais claros de resultados positivos. O futuro dos negócios da moda em Portugal passam muito por Espanha e daí evidenciar-se mais interesse em eventos como este", sublinhou.

A importância de eventos como a SIMM no que toca à expansão de marcas portuguesas em Espanha evidencia-se, tanto na maior presença de empresas portuguesas em feiras do sector, como no volume de negócios.

Dados do ICEP facultados à Lusa indicam que o volume de exportações de vestuário português para Espanha aumentou 20 por cento nos primeiros quatro meses do ano, comparativamente com o período homólogo em 2004.

Recentemente foi igualmente ultrapassada a barreira de uma centena de postos de venda de marcas portuguesas em Espanha, um sinal de que o mercado vizinho é cada vez mais um destino ou um ponto de partida para a internacionalização da indústria portuguesa.

Consolidada já a moda masculina e tendo havido um aumento significativo na moda feminina, o novo sector em expansão é a moda infantil, tendo havido já uma forte participação na Feira de Valência, em Julho último, e "vontade da parte de muitas firmas de aumentar a sua participação".

ASP.

Lusa/Fim


PUB