Presidente da Jerónimo Martins aceita a compra da Carrefour Portugal pela Sonae Distribuição
O presidente da Jerónimo Martins afirmou que aceita a compra da Carrefour Portugal pela Sonae Distribuição e não vai constituir-se como contra interessado no processo que decorre na Autoridade da Concorrência.
Alexandre Soares dos Santos, que falava num encontro com jornalistas em Varsóvia para assinalar a abertura da milésima loja Biedronka na Polónia, defendeu que as empresas portuguesas têm de adquirir dimensão e a entidade presidida por Abel Mateus tem de ter isso em conta.
"As empresas portuguesas têm de ter massa crítica", afirmou, acrescentando que este "é um problema que a Autoridade da Concorrência tem de compreender".
No final de Julho, a Sonae Distribuição anunciou a aquisição da Carrefour Portugal, que tem 12 hipermercados, oito postos de combustíveis, duas unidades em construção e nove processos de licenciamento em curso.
O negócio, resultante de um investimento de 662 milhões de euros, está a ser analisado pela Entidade da Concorrência.
Em Varsóvia, Soares dos Santos defendeu que as empresas multinacionais do sector da distribuição têm poder para negociar contratos globais e que as empresas portuguesas têm de ter massa crítica para poder competir.
O responsável deu como exemplo o da própria Jerónimo Martins que conseguiu preços mais baixos no fornecimento de iogurtes ao negociar com os fornecedores conjuntamente para as redes portuguesa e polaca.
Com a aquisição da Carrefour Portugal, o grupo de Belmiro de Azevedo vai reforçar a liderança do mercado da distribuição, passando imediatamente de 25 para 30 por cento de quota, mas, atendendo ao total de área já licenciada, fica nos 26 por cento, quando os novos projectos forem concretizados, conforme fez questão de explicar na altura o responsável pela Sonae Distribuição, Nuno Jordão.
Segundo o ranking da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), em 2006, a Sonae Distribuição facturou 3,5 mil milhões de euros, enquanto a Jerónimo Martins registava 1,9 mil milhões e a Auchan 1,2 mil milhões.