Presidente do JPMorgan considera que aumento da dívida dos EUA é grande problema
O presidente do banco JPMorgan, Jamie Dimon, alertou hoje que o aumento da dívida dos EUA é "um grande problema" que vai abalar o mercado obrigacionista norte-americano, que já evidencia as consequências das mudanças de política económica.
"É um grande problema. Um dia, os mercados de obrigações vão sofrer. Não sei se daqui a seis meses ou a seis anos, pelo que temos de estar atentos", disse Dimon, em entrevista no programa `Mornings with Maria`, da Fox Business.
Dimon, muito ouvido em Wall Street, indicou que "o verdadeiro objetivo" deveria ser o crescimento em favor das empresas, a regulação da propriedade, a reforma do licenciamento, a eliminação da burocracia e "conseguir o regresso do crescimento".
Os investidores "vão examinar o país, o Estado de Direito, as taxas de inflação, as políticas do banco central"", antecipou. "Se decidirem que o dólar já não é um valor refúgio", financiar a dívida federal vai ser mais caro.
Historicamente, os EUA têm podido descansar sobre o apetite dos investidores pelas obrigações federais, com taxas de juro fracas, para apoiar a sua economia.
Mas as taxas subiram na semana passada, antes de descerem, em contexto de preocupações ligadas ao projeto orçamental de Donald Trump, que contempla o prolongamento dos gigantescos créditos de impostos do seu primeiro mandato.
Os investidores e numerosos congressistas das fileiras republicanas estão inquietos com um aumento muito importante do défice federal.
Em meados de maio pela primeira vez, a agência de notação financeira Moodyis retirou à divida soberana dos EUA a sua nota máxima, o `famoso` triplo A degradando-a para AA1.
Já em abril, Dimon tinha alertado para "as turbulências consideráveis" que a economia dos EUA ia enfrentar, apontando entre outras as taxas alfandegárias, as guerras comerciais, a inflação e os défices orçamentais.