Princípio "um país, dois sistemas" é base para desenvolver área da Grande Baía, sublinham responsáveis chineses

por Lusa

O princípio "um país, dois sistemas" é o alicerce para garantir o desenvolvimento da região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, sublinharam hoje responsáveis chineses e das duas regiões administrativas especiais.

A defesa do princípio "um país, dois sistemas", criado nos anos 1970 pelo líder chinês Deng Xiaoping, dominou as intervenções proferidas por cinco responsáveis durante o simpósio de apresentação do plano de desenvolvimento para o delta do rio das Pérolas, em Hong Kong.

"Atuaremos de maneira a que este princípio ('um país, dois sistemas') nunca seja alterado ou questionado", afirmou o subdiretor da Comissão para o Desenvolvimento e Reforma chinesa, Lin Nianxiu.

Para o responsável, este projeto de desenvolvimento económico, tecnológico e de inovação, que congrega "três territórios, três fronteiras e três moedas", vai ser "um motor" de crescimento da China, dando continuidade também à política "de abertura e reforma", iniciada há 40 anos.

Também o diretor do departamento para a economia regional da mesma comissão, Guo Lanfeng, destacou o modelo "um país, dois sistemas", em vigor nas regiões administrativas especiaisi chinesas de Macau e de Hong Kong, como uma das "vantagens do projeto da Grande Baía, que é, por sua vez, uma manifestação" daquele princípio.

"Precisamos manter as características, como `um país, dois sistemas`", realçou Guo, acrescentando que "a diversidade" na Grande Baía é também um fator de "complementariedade entre cidades".

Guo Lanfeng destacou que um dos pontos chave é o "desenvolvimento verde", num projeto "fundado com base na inovação", marcado por uma "cooperação global e sinergética" e com alta conectividade, referindo-se à ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e à linha de alta velocidade entre a antiga colónia britânica ao continente.

Para o desenvolvimento da área da Grande Baía, é fundamental o aumento do fluxo de pessoas e bens, capital e informação, o que implica também uma melhor e maior coordenação entre as diferentes fronteiras, sublinhou.

Já o governador da província de Guangdong, Ma Xingrui, considerou a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau como o motor de arranque do projeto da Grande Baía, que vai marcar "uma nova era", ao mesmo tempo que será parte do "desenvolvimento e aprofundamento da política de abertura e reforma" do país.

"Com `um país, dois sistemas`, Hong Kong e Macau vão trabalhar nas suas áreas de interesse" para a criação de "mais centros de inovação, tecnológicos e científicos", disse.

A ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e outras formas de conectividade vão servir para "criar um corredor de uma hora para transportes" na zona da Grande Baía e assim permitir a implantação de "indústrias mais competitivas que também participarão" na iniciativa `Uma Faixa, Uma Rota", acrescentou.

Para a chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, Carrie Lam, a integração no plano de desenvolvimento da Grande Baía pode trazer "nova energia" ao território e "oportunidades aos jovens" empreendedores, considerando que algum protecionismo tem posto em causa a influência de Hong Kong.

Através do princípio "um país, um sistema", e do desenvolvimento coordenado da área da Grande Baía, o papel de Hong Kong sairá reforçado como "grande centro" financeiro, comercial, tecnológico, científico e de transportes (marítimos e aéreos), afirmou a responsável.

No simpósio de apresentação das "Linhas Gerais do Planeamento para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau", projeto que o Presidente chinês, Xi Jinping, considerou a "revitalização da nação", foram ouvidas as intervenções de cinco responsáveis: Carrie Lam, Lin Nianxiu, Ma Xingrui, do chefe do Executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, e Guo Lanfeng.

O objetivo é construir uma metrópole mundial a partir de Hong Kong e Macau, e nove cidades da província de Guangdong (Dongguan, Foshan, Cantão, Huizhou, Jiangmen, Shenzhen, Zhaoqing, Zhongshan e Zhuhai), numa região com cerca de 70 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) que ronda os 1,3 biliões de dólares norte-americanos, maior que o PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.

De acordo com o documento agora apresentado, a Grande Baía vai converter-se, até 2022, num `cluster` de classe mundial e, até 2035, numa área de excelência a nível internacional.

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