Economia
Queda do petróleo arrasta zona Euro para a deflação
O cenário era já aguardado, mas a inflação foi mais negativa do que era esperado. Em dezembro, os preços na Zona Euro caíram para -0,2 por cento em relação a dezembro de 2013, fortemente influenciados pela queda do preço do crude – o preço da energia baixou 6,3 por cento em apenas um ano. Esta quarta-feira, o preço do crude desceu mesmo abaixo dos 50 dólares, atingindo o valor mais baixo dos últimos cinco anos.
O bolso dos portugueses já dava conta que a ida às estações de serviço tinham ficado mais económicas. Em Portugal, o preço do gasóleo desceu mesmo abaixo do euro por litro em alguns estabelecimentos, como reflexo da queda do preço do barril de crude. Os dados do Eurostat vêm agora confirmar o que já muitos suspeitavam.Os investidores acreditam que o BCE vai anunciar novas medidas de
estímulo para combater a deflação e poderá inclusivamente anunciar
avançar com a compra massiva de dívida pública.
Em dezembro, o preço da energia na zona euro caiu 6,3 por cento em relação ao período homólogo. Uma queda que arrasta a Zona Euro para a deflação, com os preços a terem caído 0,2 por cento no mesmo período, revelam as primeiras estimativas do gabinete de estatísticas da União Europeia.
A queda é superior ao que os analistas financeiros esperavam. Previa-se uma taxa de inflação de -0,1 por cento, depois de no mês de novembro os preços terem aumentado em 0,3 por cento.
A queda do petróleo
A decomposição da taxa de inflação permite confirmar que é realmente a queda dos preços da energia que conduziu a área da moeda única à deflação. Se excluirmos o preço da energia, a taxa de inflação é de 0,6 por cento, exatamente o mesmo valor que se verificou em novembro.
O preço do ouro negro mantém a sua trajetória descendente. Esta quarta-feira, o preço do Brent, usado como referência no mercado europeu, atingiu mesmo mínimos dos últimos cinco anos, negociando abaixo dos 50 dólares. O petróleo vale atualmente cerca de metade do que valia há seis meses atrás.O excesso de oferta surge num momento em que o mercado mundial ainda está débil e, como tal, a procura pelo ouro negro é diminuta. Como uma fraca procura e uma oferta excessiva, o resultado é a queda do preço.
Uma queda alimentada pelo aumento de produção e das exportações de petróleo de países como a Rússia, Iraque e Estados Unidos. A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que tem o monopólio da exportação do ouro negro, já deixou claro que não baixará a produção, como forma de controlar a queda de preços.
Com esta posições, os preços deverão manter a trajetória descendente. O BNP Paribas acredita que os preços continuarão baixos durante a primeira metade de 2015. Citado pela Bloomberg, Walter Zimmerman, analista da United-ICAP, acredita mesmo que os preços poderão chegar aos 30 dólares.
“O preço do petróleo será a grande história de 2015”, garante à Bloomberg Kenneth Rogoff, professor de economia em Harvard. “Este é um choque que acontece uma vez por geração e que terá enormes repercussões”, acrescenta.
Consequências na Europa
A queda do preço do petróleo apresenta benefícios e pontos fracos. Para a Europa, onde a maioria dos países são grandes importadores, a queda do crude apresenta pontos fortes, como já se tem feito sentir na carteira dos portugueses.
A consultora PricewaterhouseCoopers estima mesmo que se o custo do barril se mantivesse nos 60 dólares, valor que já foi inclusivamente ultrapassado, a economia britânica poderia beneficiar de um crescimento suplementar de 2 por cento do seu Produto Interno Bruto, revelou a responsável pelos assuntos energéticos da Pwc britânica à Bloomberg.
São também de esperar benefícios para as empresas de transporte, nomeadamente do setor aéreo, face à queda dos custos com o petróleo.
Pelo lado negativo, verifica-se que esta queda no preço do petróleo está a arrastar a Europa para a deflação. A queda do preço do crude numa Europa que já se encontrava com uma débil inflação acabou por ser fatal.A moeda europeia seguia esta quarta-feira em terreno negativo, tendo mesmo chegado aos 1,1827 dólares, o valor mais baixo desde 2006.
A deflação traz mais instabilidade à economia e pode mesmo acabar por estrangular o crescimento económico, caso os consumidores adiem constantemente as suas compras aguardando uma queda de preços.
Com uma economia global instável, os investidores tentam refugiar-se em investimentos considerados mais seguros, como é o caso do dólar americano e dos títulos de dívida dos Estados Unidos.
Citado pelo jornal espanhol El País, o analista Juan Ignacio Crespo considera que as exportações europeias poderão ser prejudicadas pela queda do preço do petróleo. Os países emergentes, como o Brasil e a Venezuela, deverão ver as suas receitas afetadas, o que poderá prejudicar o comércio com a Europa, numa economia cada vez mais globalizada.
Em dezembro, o preço da energia na zona euro caiu 6,3 por cento em relação ao período homólogo. Uma queda que arrasta a Zona Euro para a deflação, com os preços a terem caído 0,2 por cento no mesmo período, revelam as primeiras estimativas do gabinete de estatísticas da União Europeia.
A queda é superior ao que os analistas financeiros esperavam. Previa-se uma taxa de inflação de -0,1 por cento, depois de no mês de novembro os preços terem aumentado em 0,3 por cento.
A queda do petróleo
A decomposição da taxa de inflação permite confirmar que é realmente a queda dos preços da energia que conduziu a área da moeda única à deflação. Se excluirmos o preço da energia, a taxa de inflação é de 0,6 por cento, exatamente o mesmo valor que se verificou em novembro.
O preço do ouro negro mantém a sua trajetória descendente. Esta quarta-feira, o preço do Brent, usado como referência no mercado europeu, atingiu mesmo mínimos dos últimos cinco anos, negociando abaixo dos 50 dólares. O petróleo vale atualmente cerca de metade do que valia há seis meses atrás.O excesso de oferta surge num momento em que o mercado mundial ainda está débil e, como tal, a procura pelo ouro negro é diminuta. Como uma fraca procura e uma oferta excessiva, o resultado é a queda do preço.
Uma queda alimentada pelo aumento de produção e das exportações de petróleo de países como a Rússia, Iraque e Estados Unidos. A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que tem o monopólio da exportação do ouro negro, já deixou claro que não baixará a produção, como forma de controlar a queda de preços.
Com esta posições, os preços deverão manter a trajetória descendente. O BNP Paribas acredita que os preços continuarão baixos durante a primeira metade de 2015. Citado pela Bloomberg, Walter Zimmerman, analista da United-ICAP, acredita mesmo que os preços poderão chegar aos 30 dólares.
“O preço do petróleo será a grande história de 2015”, garante à Bloomberg Kenneth Rogoff, professor de economia em Harvard. “Este é um choque que acontece uma vez por geração e que terá enormes repercussões”, acrescenta.
Consequências na Europa
A queda do preço do petróleo apresenta benefícios e pontos fracos. Para a Europa, onde a maioria dos países são grandes importadores, a queda do crude apresenta pontos fortes, como já se tem feito sentir na carteira dos portugueses.
A consultora PricewaterhouseCoopers estima mesmo que se o custo do barril se mantivesse nos 60 dólares, valor que já foi inclusivamente ultrapassado, a economia britânica poderia beneficiar de um crescimento suplementar de 2 por cento do seu Produto Interno Bruto, revelou a responsável pelos assuntos energéticos da Pwc britânica à Bloomberg.
São também de esperar benefícios para as empresas de transporte, nomeadamente do setor aéreo, face à queda dos custos com o petróleo.
Pelo lado negativo, verifica-se que esta queda no preço do petróleo está a arrastar a Europa para a deflação. A queda do preço do crude numa Europa que já se encontrava com uma débil inflação acabou por ser fatal.A moeda europeia seguia esta quarta-feira em terreno negativo, tendo mesmo chegado aos 1,1827 dólares, o valor mais baixo desde 2006.
A deflação traz mais instabilidade à economia e pode mesmo acabar por estrangular o crescimento económico, caso os consumidores adiem constantemente as suas compras aguardando uma queda de preços.
Com uma economia global instável, os investidores tentam refugiar-se em investimentos considerados mais seguros, como é o caso do dólar americano e dos títulos de dívida dos Estados Unidos.
Citado pelo jornal espanhol El País, o analista Juan Ignacio Crespo considera que as exportações europeias poderão ser prejudicadas pela queda do preço do petróleo. Os países emergentes, como o Brasil e a Venezuela, deverão ver as suas receitas afetadas, o que poderá prejudicar o comércio com a Europa, numa economia cada vez mais globalizada.