Queixas contra bancos moçambicanos recuaram para 620 no primeiro semestre

Os consumidores bancários moçambicanos apresentaram 620 reclamações no primeiro semestre, envolvendo sobretudo as duas maiores instituições bancárias, controladas por bancos portugueses e com mais de dois milhões de clientes, reduzindo em 36,6% face a 2024.

Lusa /

Segundo relatório do Banco de Moçambique, daquele total de queixas recebidas de janeiro a junho, o Banco Comercial de Investimentos, do grupo Caixa Geral de Depósitos, contabilizou 211, com um índice de reclamações de 8,8, e o Millennium BIM, detido pelo português Millennium BCP, contabilizou 113, com um índice de reclamações de 5,2.

Trata-se dos dois maiores bancos moçambicanos e os únicos, segundo o banco central, classificados na categoria de mais de um milhão de clientes, no caso do BCI com 2,4 milhões e do BIM com quase 2,2 milhões de clientes.

Na lista de bancos com 200 mil a um milhão de clientes, o Absa Moçambique totalizou 33 queixas (índice 13,6), o Standard Bank 35 (7,4) e o Moza Banco somou 20 (7,1).

De acordo com o mesmo relatório, 33,1% (205) do total de reclamações apresentadas neste período foram sobre operações de crédito, 26,9% (167) sobre contas bancárias, 18,2% (113) sobre o funcionamento de máquinas ATM e 11,6% (72) sobre moeda eletrónica.

Além disso, as medidas adotadas, refere o banco central, permitiram a devolução de mais de oito milhões de meticais (108 mil euros) aos clientes e a instauração de processos contra duas instituições.

Segundo o histórico do banco central, no segundo semestre de 2024 foram apresentadas 809 reclamações e no primeiro semestre 979, totalizando assim, no ano passado, um recorde de 1.788 queixas.

Funcionam em Moçambique um total de 15 bancos, 14 microbancos, quatro cooperativas de crédito, 13 organizações de poupança e empréstimo, e 2.304 operadores de microcrédito, entre outras tipologias, segundo dados anteriores do banco central.

As reclamações apresentadas por clientes do sistema bancário já tinham crescido 38,5% em 2023, para 1.120.

A Lusa noticiou em outubro passado que o Banco de Moçambique deu razão a 85% das reclamações apresentadas pelos clientes dos serviços financeiros em todo o ano de 2024, levando à devolução de 18 milhões de meticais (243 mil euros).

"Além da emissão de determinações específicas às instituições visadas para a correção das irregularidades detetadas, as reclamações concluídas favoravelmente aos consumidores financeiros resultaram na recuperação e devolução de aproximadamente 18 milhões de meticais, que tinham sido indevidamente cobrados aos reclamantes", refere um relatório anterior do banco central.

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