O presidente da Estrelacoop - Cooperativa dos Produtores de Queijo Serra da Estrela considerou hoje que o regresso das feiras de queijo ao formato físico, após uma paragem devido à pandemia, é "bastante positivo" para o setor.
"É bastante positivo para a fileira do queijo porque, pelo facto de estarmos a fazer feiras presenciais, atrai obviamente mais público [para a região]. É bastante positivo e é com grande satisfação que a Estrelacoop vê que os municípios regressam às feiras do queijo presenciais", disse hoje à agência Lusa Joaquim Lé de Matos.
A Estrelacoop, que tem sede em Celorico da Beira, no distrito da Guarda, é o agrupamento gestor da Denominação de Origem Protegida (DOP) dos produtos Queijo Serra da Estrela, Queijo Serra da Estrela Velho, Requeijão Serra da Estrela e Borrego Serra da Estrela.
O responsável lembrou que nos dois últimos anos, devido à pandemia, as feiras não se realizaram e as vendas foram feitas `online`, com alguns municípios a criarem as suas próprias lojas, como Fornos de Algodres e Celorico da Beira, e outros a utilizarem plataformas já existentes.
Este ano, pela primeira vez, a cooperativa que reúne os produtores do queijo produzido a partir de leite de ovelha das raças Serra da Estrela ou Churra Mondegueira, vai ter um `stand` em seis feiras da região, no âmbito da sua ação para a "valorização da fileira do queijo Serra da Estrela": Penalva do Castelo, Oliveira do Hospital, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia e Seia.
A Estrelacoop vai estar nas feiras "com a missão de promover e divulgar um produto endógeno, sobretudo informar o consumidor", uma vez que a região "não é contra, mas tem que saber conviver com a indústria do leite" que produz queijo de ovelha amanteigado e que, muitas vezes, passa por "queijo da Serra".
"Ora, não existe queijo da Serra. É queijo Serra da Estrela e daí que há todo um processo em que a Estrelacoop tem como missão preservar, é o agrupamento gestor dos produtos DOP Serra da Estrela, nomeadamente o queijo, o requeijão e o borrego", explicou.
A cooperativa apoia os produtores nos processos de certificação e dá assistência técnica às queijarias.
O responsável lembrou que cada queijo certificado possui um selo que "não é mais nem menos do que a rastreabilidade de um produto endógeno que dá garantias ao consumidor".
"E são estas informações que nós temos que fazer passar ao consumidor, para ele saber a distinção de um produto de excelência de um queijo, comparando com um queijo de ovelha amanteigado ou curado, que nós, a Estrelacoop e os produtores de queijo Serra da Estrela, não temos nada contra e sabemos conviver. Agora, temos é que informar e o consumidor, depois, opta por um ou por outro", explicou.
Joaquim Lé de Matos sublinhou, ainda, que todo o queijo Serra da Estrela é produzido artesanalmente nas 30 queijarias certificadas da região: "Não há nenhuma máquina industrial, é todo feito à mão".
A região demarcada de produção do queijo Serra da Estrela abrange os municípios de Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Seia, Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu.