Régua aplaude descida dos preços, Chaves diz que ainda estão longe da média nacional
Vila Real, 15 Abr (Lusa) - A redução de quase 20 por cento na factura do gás natural no Peso da Régua, anunciada hoje pela entidade reguladora do mercado, é encarada como um factor de "competitividade" pela autarquia e comerciantes daquele concelho duriense.
"É extremamente benéfico para as nossas pequenas empresas, nomeadamente da área da restauração, e é menos um obstáculo que os empresários locais têm de enfrentar", afirmou à Lusa Pedro Brás, presidente da Associação Comercial e Industrial do Peso da Régua.
O gás natural chegou à Régua há cerca de um ano por intermédio da empresa Dourogás, com sede em Vila Real, que abastece ainda os concelhos de Mirandela, Macedo de cavaleiros, Arcos de Valdevez, Ponta da Barca e Póvoa de Lanhoso.
Segundo o presidente da autarquia, Nuno Gonçalves, a rede de distribuição ficou concluída no final do mês passado e foram "já muitas as famílias e as empresas da zona urbana que aderiram ao gás natural".
É também por isso que o autarca considera que a redução da factura do gás representa uma "mais valia" para os privados e um "factor de competitividade" para as empresas.
"Valeu a pena todo o esforço e sacrifícios da população, que teve que aguentar as ruas da sua cidade completamente esventradas para a instalação das condutas de gás", disse.
Nuno Gonçalves estima também que, a partir de agora, muitas mais pessoas possam aderir ao abastecimento por intermédio do gás natural.
Manuel Coutinho, presidente da Associação Empresarial - Nervir, salientou os benefícios que a redução do preço deste bem pode representar para as empresas, as quais "ganham mais um factor de competitividade comparativamente com as empresas do litoral".
Nos concelhos transmontanos abastecidos pela Duriensegás, como Chaves, Vila Real e Bragança, a redução do preço do gás é de 12,3 por cento.
Esta diminuição vem dar resposta a uma reivindicação da câmara de Chaves que, no ano passado, solicitou ao Ministério da Economia a revisão do tarifário do gás natural na região, onde os preços praticados são cerca de 40 por cento mais caros que a média nacional.
Na sua reivindicação a Câmara de Chaves alegava "que se trata de uma zona do país onde, por um lado, os rendimentos auferidos são muito inferiores aos dos residentes no litoral e, por outro, o clima extremamente rigoroso obriga a um consumo de energia muito elevado".
Em declarações à Lusa, o presidente da autarquia, João Baptista, considerou que "tudo o que seja feito para reduzir o custo de um bem essencial é bom para a região".
"Apesar desta redução não ser ainda suficiente, ela representa um passo importante", frisou.
De acordo com dados divulgados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Trás-os-Montes e Alto Douro pagava, em 2007, o valor mais elevado do país, mais de 40 por cento acima da média nacional.
Desde 2000, a empresa distribuidora em Trás-os-Montes - a Duriensegás - aumentou os preços em 145,9 por cento, contrariamente ao sucedido no resto do território nacional, onde se verificaram subidas pouco significativas e até mesmo algumas descidas.
O gás natural chega a Trás-os-Montes através de camiões cisterna em estado líquido, passando depois por um processo de gaseificação.
PLI.
Lusa/Fim